António Moniz de Palme (Ed. 817)

Um Povo Grande com Chefes mentalmente pigmeus

• António Moniz de Palme*

Edição 817 (16/12/2021)

Um Povo Grande com Chefes mentalmente pigmeus

Os Portugueses, não só os de antanho como os actuais, são sempre caracterizados internacionalmente pela sua simpatia, pela sua capacidade de trabalho, pela sua modéstia e, por que não, pela sua valentia. Sempre atraídos pelo mar infinito e pelo desconhecido, levam na sua bagagem um peculiar e extraordinária capacidade de adaptação, o jeito ancestral para o negócio e o interesse pelas novas actividade que à mão lhe vão aparecendo. E, na sua extrema simplicidade, dão cartas em todo o local onde assentam arraiais. Existe sempre, em cada canto do Mundo, um portuguesinho considerado uma sumidade na investigação científica ou na gestão de novas empresas e actividades inovadoras. Não referindo já que as comunidades, constituídas por portugueses, são sempre exemplo de honestidade, de trabalho e de amor pela sua terra e pelas suas tradições. Somos um Povo que Deus dotou de qualidades sem fim…! Porém, historicamente, como diz a má língua, somos conhecidos por não nos sabermos governar e não admitirmos que os outros caiam na tentação de nos pretender governar…! São feitios, mas somos como somos! Ultimamente, também tem pesado sobre os nossos ombros um pecado terrível. Para nossa extrema vergonha, somos considerados um dos povos mais corruptos de mundo. Claro que a amostragem internacional não se refere aos cidadãos que trabalham, dia a dia, para ganharem o pão para os seus, refere-se sim aos governantes respectivos e aos administradores de grandes empresas, factores que dão mais nas vistas para as estatísticas domésticas, feitas pela opinião pública. E esta nova máscara que nos é imputada já nos bastava para nos fazer corar colectivamente de vergonha e para deslustrar o nosso passado de gente aventureira, sem medo, honesta até mais não e com um incomensurável espírito de sacrifício. Porém tal ainda não era suficiente. Pois, apesar de termos ultrapassado o nosso atraso e debilidade em todos os desportos, novos miasmas maléficos apareceram. È verdade que ultimamente demos uma tremenda cambalhota em todos os ramos desportivos, incluindo a ginástica e o judo. Os nossos grupos de futebol são agora considerados de primeira categoria, não levando aquelas cabazadas históricas nos jogos internacionais, como acontecia quando eu era menino de escola. Porém, além dos defeitos que nos apontam, há um deles que nos mata física e moralmente, deixando-nos uma triste pegada de país do terceiro mundo. Estou a falar na gritante incompetência que paira em tudo o que dá ordens neste País. Eu sei que tal é motivado pela falta de educação de base que nos falta, educação essa cujo nível tem descido assustadoramente nas últimas décadas, quando politicamente foram criadas condições materiais para que o panorama educacional, na maioria da população, saísse da órbita dos países atrasados. Mas tal não aconteceu e se temos grandes nomes em todos os campos da ciência e da literatura, os responsáveis continuam a exibir uma feroz incompetência que até dói e nos envergonha de sobremaneira. Falo sem hesitação no miserável espectáculo constituído por um desafio de futebol entre duas equipes, uma com nove jogadores e outra com onze, como todos tiveram a possibilidade de assistir. A certa altura os jogadores do Belenenses ficaram reduzidos apenas e seis…. Isto é inconcebível!. E o escândalo estalou por todo o mundo sendo os portugueses vexados pelos habitantes deste planeta, desde os habitantes da Papuásia até aos habitantes do profundo Alasca. E claro que todos os intervenientes neste miserável estrugido, arranjaram as convenientes desculpas, escudando-se atrás dos regulamentos. Porém, o presidente do Belenenses Sad não pediu à Liga, para adiarem o jogo, afirmação logo desmentida!. Em contrapartida, o presidente do Benfica tinha que jogar para não sofrer as sanções regulamentares… Quando muito, deveria cumprir os Regulamentos sob protesto, o que não fez. O presidente da Liga, apesar de conhecer a situação, nada fez por que nada lhe foi pedido, pondo em perigo a saúde dos jogadores e a imagem do desporto. A Direcção Geral de Saúde apesar dos contágios que iriam necessariamente acontecer e saber que estava em perigo a saúde pública, empurrou o problema para os responsáveis pelo Desporto. O Secretário de Estado, por sua vez, devia estar a hibernar como costuma fazer sempre que existem problemas em aberto. Aliás, já estamos habituados. Enfim, uma vergonha revoltante, que os pobres jogadores de ambas as equipas tiveram que engolir e os espectadores, tirando os facciosos escravos da estúpida cegueira clubista, lamentaram em uníssono. E, claro está, que me dirão que os regulamentos foram cumpridos na íntegra e aí os responsáveis lavam as mãos como Pilatos no Credo. Simplesmente os Regulamentos são feitos para situações normais, não para situações criadas por uma pandemia grave e, na ocasião, em crescimento. E aí já os responsáveis, tanto nomeados como eleitos, teriam que tomar medidas que evitassem a perigosidade criada na Saúde Pública e a vergonha em que colocariam o desporto português. Mas não. Ninguém mexeu uma palha para evitar esta trágica situação constituída por um desafio que começa com uma equipe apenas com nove jogadores, sabendo-se que o reduzido número de elementos apresentados resultava da pestilência que nos assola a todos. E podem crer que vão produzir inúmeras e inacreditáveis explicações. Tenham vergonha. Daqui deduzo logicamente que os presidentes de ambos os clubes intervenientes não têm capacidade nem categoria para ocuparem os lugares. Os responsáveis da Liga iden, iden, aspas, aspas. O responsável governamental do desporto é da mesma seita de outros ministros, que fizeram profissão de fé na incompetência. A D.G. de Saúde não cumpriu minimamente as competências que lhe foram conferidas, digam o que disserem… Para o público em geral, a imagem das duas equipas em confronto é a reprodução do triste espectáculo dado por quatro matulões, armados de cacetes, numa cobarde espera a um doente saído do Hospital, enfraquecido e apenas armado das muletas para não cair. Estou revoltado, do mesmo modo que a maioria dos verdadeiros desportistas. Abaixo a incompetência.

* Advogado



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