A. Moniz Palme (Ed. 709)

EUROPEUS, Os Novos Mortos Vivos do Panorama Mundial

EUROPEUS, Os Novos Mortos Vivos do Panorama Mundial

 

Primeiro Acto Os europeus beneficiaram durante largos anos da actuação de grandes governantes europeus do pós-segunda guerra mundial que, com patriotismo, amor pelas populações que representavam e pelos interesses dos países que governavam, reconstruíram completamente a Europa, tanto física como economicamente. Homens como Robert Schuman, Jean Monet , Konrad Adenauer e tantos outros, recuperaram o campo económico europeu, fortalecendo a sua vertente política, através do Conselho da Europa e, por que não dizê-lo, estruturando a sua defesa militar, através do Pacto do Atlântico-OTAN. Esses êxitos da CEE foram suscitados por um espírito e uma cultura comuns e partilhados por todos os países membros da Comunidade. Na altura, o que unia a Europa era a sua herança cultural cristã, que tinha forjado a nacionalidade de cada povo e a história de cada país.

Mas as coisas mudaram. Os responsáveis Europeus deixaram-se influenciar e cilindrar pelo espírito laicista de algumas organizações europeias que nada tinham para dar à Europa, a não ser destruir a sua Alma e a sua Identidade. Construíram apenas um Espaço Europeu que nada tem a ver com a Europa real, espaço esse onde os Europeus não se reconhecem, pois foram postos perante um conglomerado de instituições jurídicas internacionais, sem espírito, e que de maneira alguma une os europeus dos diversos países da União Europeia. Como já referi, o Positivismo que tem estado na moda esqueceu estúpida e insensatamente que o conceito de pessoa é pré político, é de natureza ético-religiosa. Resumindo, é um conceito cristão aceite por todos os europeus, cristãos ou não, crentes ou não crentes, e que a generalidade sente como fazendo parte da sua identidade, isto é da sua Alma, ou melhor, da cultura que lhe foi plasmada ao longo das gerações. Mas essa identidade, comum a todos os Europeus, foi afastada pelos responsáveis que gerem contranatura os seus destinos. E para agravar os males do laicismo imperante, querido pelas organizações que não se penteiam com a identidade europeia, os responsáveis pelos destinos europeus são além do mais medíocres e incompetentes, limitando-se apenas a serem o suporte das manobras europeias que protegem a banca e não a economia da própria Europa. Enfim, transformaram-nos numa triste modalidade de Mortos Vivos…!

 

Segundo Acto Por outro lado, convém, não esquecer, que os Estados Unidos da América, que sempre têm dado à Europa a cobertura para os males concretos que nos afligem, recebendo os nossos desempregados de braços abertos, protegendo as nossas costas dos inimigos exteriores e sustentando até as nossas ideias cáusticas à maneira de viver americana, talvez alterem tal cómodo cenário, levantando a hipótese de fecharem as suas fronteiras à imigração e cortando o imprescindível apoio à Nato. Ora, os Europeus em vez de assumirem os erros que se vêm cometendo e de se procurar resolver pronta e globalmente o que nos enfraquece, continuam cada vez mais na mesma…! Entretanto, vamos deitando a culpa aos outros pelos nossos problemas, como afirmou António Barreto, num excelente artigo há pouco vindo à estampa. Houve um concurso permanente entre as elites europeias e americana de esquerda para saber quem insultava de modo mais feroz Donald Trump, que teve o descaramento de as enganar com a sua inesperada victória. Não é tolerável, nas suas perspectivas, que as elites intocáveis de ambos os continentes, tenham sofrido derrota tão vexatória. Ainda por cima, as previsões feitas na Europa têm por de trás o modo iluminado de raciocinar de determinada corrente ideológica caseira e não os valores postos em jogo nas eleições, em cada continente. São sempre os mesmos e procedem sempre de igual maneira. Elaboram sistematicamente previsões não tendo por base dados reconhecidos como válidos, mas sim os seus gostos particulares, as suas preferências em relação a cada candidato concorrente às eleições, mesmo nos outros países. Antes das eleições de Reagan e de Margaret Thatcher passou-se exactamente o mesmo. Pretendiam à força que ambos perdessem as eleições. Em consequência, as previsões jornalísticas e de certo tipo de intelectuais portugueses redundaram em erros clamorosos e grosseiros. No caso concreto das eleições americanas, depois do caldo entornado, gastaram sim abundantes energias a justificar a sua pouca visão, responsabilizando pelos erros de previsão cometidos os que ganharam as eleições!!!. Inacreditável, já se vê. Na verdade, na sua perspectiva, foram vítimas de uma partida obscena. Isto não se faz a intelectuais e jornalistas tão cotados na sua rua e na sua roda de amigos. Que grandes malandros os vencedores que se atreveram a frustrar de maneira tão vergonhosa as previsões de verdadeiros intelectuais!!!. E, em vez de fazerem marcha-atrás na actuação errada que tiveram, procurando saber a razão do erro clamoroso das suas previsões, iniciaram os insultos gratuitos a Trump, como se este tivesse culpa que os politólogos portugueses não vejam um palmo à frente do nariz. Claro que a maior parte dos portugueses se enganou em relação ao resultado das eleições, lá isso é verdade, mas não andaram antes das mesmas a impor as suas opiniões aos comuns mortais que não têm a possibilidade de expressar o que pensam nos órgãos de comunicação social, liberdade que há muito foi cerceada pela miserável censura que domina esta falsa democracia. Igualmente, a sensatez do vulgar cidadão português tem procurado saber qual a razão por que os seus conterrâneos, que vivem nos “States”, foram votar num candidato que aqui se dizia ser um déspota, racista, xenófobo, fascista e populista e sei lá mais o quê!!! Afinal foi apoiado pelos mais pobres, pelos desempregados, pelos marginalizados que vêm o paraíso americano a transformar-se numa selva para os mais carenciados, sem o mínimo de cobertura social para si e para as suas famílias, situação que, diga-se em pura verdade, Michel Obama corajosamente tentou inverter!!!

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