A. Moniz Palme (Ed. 732)

Falta de água e as promessas falhadas de sucessivos governos

Edição 731 (11/01/2018)

Falta de água e as promessas falhadas de sucessivos governos

Raios parta a ignorância dos políticos!!!

Todos sabemos o que foi e é a falta de água no Território Nacional. O Ministro Capoulas, após a casa roubada e ressequida com a extrema falta de água, aparece a público, com pompa e circunstância, a anunciar que o Executivo obteve a aprovação para avançar com o Plano de Regadio, pensando construir cerca de mais 90 mil hectares, metade dos quais no Alqueva…! Até parece que tal não estava já determinado há muito!!!

Convém alertar os leitores para não se deixarem enganar por este falso salvador das necessidades da Agricultura Portuguesa, em matéria de água. Quando se discutiu a Construção da Barragem do Alqueva, muita gente competente e sensata, atendendo ao avultado valor do investimento necessário para a instalar, preferia a edificação de pequenas barragens para a agricultura, estrategicamente localizadas, muito mais baratas que o megalómano Projecto do Alqueva. E tais barragens seriam muito mais eficientes na luta contra a seca que se previa, principalmente com as alterações climáticas que na altura foram evocadas e de que os nossos sapientes responsáveis, com a falta de visão que os caracteriza, na prática fizeram tábua rasa, não ligando nenhum a esse importante factor.

Bem, a Barragem do Alqueva lá teve a sua construção iniciada, porém, criminosamente não foi ultimada pela instalação dos instrumentos necessários para atingir os principais objectivos propostos. Por esta situação são responsáveis, os sucessivos governos, onde se inclui este Ministro, preocupados antes com outros interesses que não são os da Agricultura.

Já agora esclareço que estou a falar da Barragem do Alqueva, situada no Rio Guadiana, junto às arras de Espanha. A Barragem foi construída com o objectivo de permitir o “Regadio” de todo o interior alentejano, numa primeira fase, e permitir a imediata produção da necessária Energia Eléctrica. Mais tarde, seria feita, com o “Regadio”, a cobertura de outros territórios mais afastados.

Infelizmente, as obras são lançadas, são publicitadas nas alturas nevrálgicas das eleições e ficam a meio ou na mesmíssima situação. Lá o maior lago da Europa foi construído, mas as estruturas e os canais necessários para regar as terras secas, principal objectivo deste monumental investimento, ficaram no tinteiro, não sendo cumprido minimamente aquilo que havia sido prometido. Raios partam os políticos que enganam permanentemente o Zé Povo…!

Bem, pelo menos essa grande barragem transformou-se num chamariz turístico, bem aproveitado pelos “Nuestros Hermanos”, que logo se associaram à edificação de uma marina e iniciaram a exploração de barcos de recreio de diverso calado, para passeio nas águas da Barragem, o que foi um negócio bem chorudo….

E não pensem que a construção não custou sacrifícios humanos. Foram eles incalculáveis, nem vos passa pela cabeça…! Calculam o que terá sofrido a população da Aldeia da Luz que viu a sua terra submersa pelas águas da Barragem. Claro que foi construída uma Aldeia da Luz nova, moderna e bem integrada na paisagem, mas as dores dos que ficaram com os seus mortos debaixo de água e com as suas coisinhas tiradas da circulação, por ficarem alagadas, não tem preço.

Pois bem, perante a falta da água, falam agora os responsáveis em termos que até parece que do facto não têm a maior das responsabilidades pela sua falta de previsão. Perante a calamidade que se avizinhava com centenas de cabeças de gado mortas à sede, como um remendo de última hora, foram atribuídos fundos para tentar resolver a calamitosa situação. Na altura, tiveram medo que lhes fossem pedidas legítimas contas pela incompetência causadora dos males que se estavam a verificar. Mas, a situação continua, falam nos investimentos de milhões de euros para calar a boca aos papalvos, mas não se lembram que seria bem mais oportuna a criação de linhas de crédito e incentivos para os agricultores poderem planear o armazenamentos de água na sua agricultura, criando ou aumentando as reservas já existentes, com a necessária participação estatal e com uma parte a fundo perdido. À primeira vista, parece ser tal medida fundamental. Como é que os responsáveis até à data ainda nada fizeram e legislaram nesse sentido? Esta a situação, quando se prevê a continuação da falta de água nos próximos anos! Os nossos políticos não conhecem os problemas da terra, gastam-se demais pelos restaurantes e botequins das calçadas da Capital, como se dizia no século passado. Se soubessem e tivessem alguma vez verificado o que são árvores com stress, feridas de morte pela falta de água, já estariam mais atentos às necessidades prementes dos agricultores e da terra que produz o que todos comemos às refeições.

 

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