A. Moniz Palme (Ed. 713)

Desaforo republicano inqualificável

Na verdade, os portugueses andam fartos de responsáveis corruptos nesta pobre pátria sem nome e que se chama legalmente república portuguesa. Nome abstruso e estranho para qualificar o nosso País. Existe uma França, uma Espanha, uma Suíça, porém, ao fundo da Europa, na parte mais ocidental, topamos com uma REPÚBLICA Portuguesa. Não é uma república de estudantes, não é uma discoteca, não é uma casa de chá, nem sequer um tasco, é simples e infelizmente a nossa Pátria. Assim rebaptizada por um golpe de estado republicano que não se submeteu a sufrágio para auscultar a vontade da população sobre o regime preferido, pois apenas tinha uma minoria ínfima de apoiantes nas principais cidades portuguesas. Por esse motivo, todos temos legitimidade em questionar – “o que há de diferente no nosso a País para, obrigatoriamente, andarmos todos com a republica dependurada às costas e na própria denominação da comunidade que devia unir todos os portugueses?!!!. Uma autêntica e vergonhosa canga com que são onerados todos os cidadãos portugueses sem excepção.

E tal obriga cada um de nós a matutar sobre esta fatalidade política. Será pelo facto de os responsáveis desta república gastarem muito mais do que os responsáveis das monarquias europeias? Sócrates, quando foi primeiro ministro, gastou em média diária 11 391 euros, números publicados na Revista Sábado de 21 de Outubro de 2010, quantitativo esse que nenhum primeiro ministro de uma monarquia europeia se atrevia a exibir perante o eleitorado. E não fiquemos parados junto de um chefe do governo de má memória, que atirou criminosamente a economia do País ao charco, e passemos ao Chefe de Estado da altura. Que se teria passado, em matéria de gastos, com o Presidente da República de então!!!. Espantem-se, gastou, nem mais nem menos do que quase o dobro da Família Real Espanhola. Um escândalo que qualquer pessoa séria deste País contestou, mas cujos protestos não deram qualquer fruto.

Independentemente de tal situação abusiva para as contas de um País pobre e em crise, os responsáveis da governação e da gestão das empresas públicas obtêm chorudas retribuições, mais altas que as equivalentes às auferidas pelos governantes e gestores dos países europeus com mais capacidade, nomeadamente os países que têm instituições monárquicas. Perante o grave cenário da crise e do aumento do custo de vida, os abusos republicanos não cessam, pois a impunidade tem sido moeda corrente no nosso País. Os prevaricadores, uma espécie de nobreza republicana, ficaram, de um momento para o outro, podres de ricos, apesar de não terem um tostão de seu quando começaram a trabalhar em cargos governamentais e nas empresas públicas. Ora, a Imprensa sobre esta matéria nada diz. Está domesticada vergonhosamente pelos responsáveis políticos. As ameaças crescem de tom, os responsáveis máximos do poder judicial têm comportamentos estranhos tendo em consideração a defesa do interesse público, tomando atitudes que perturbam o decorrer normal da procura da verdade nos processos instaurados, mandando eliminar provas gritantes de comportamentos criminosos, permitindo que autênticos gânguesteres se passeiem pelo Pais como se nada tivesse acontecido, encostados a monstruosas fortunas. Enfim, uma república vergonhosa que oprime economicamente o Povo Português e continua a proteger ilegitimamente a situação abusiva dos crápulas que enxameiam a governação. Vai longe o tempo em que o sentido e o conteúdo desta frase do filósofo grego Amónio e repetida pelo inglês Francis Bacon, em relação ao pensamento do filósofo da Antiguidade Clássica Sócrates, eram intocáveis “Amicus Sócrates, sed magis amica veritas”. A verdade acima de tudo mesmo que se contradiga o filósofo Sócrates. Em Portugal o termo de comparação desta locução é bem mais rasteiro. “Podes ir à cadeia visitar um antigo ministro suspeito de corrupção, se és amigo dele, mas o mesmo terá que ser julgado, em nome da verdade e da lei, pelos abusos cometidos, e terá que devolver à comunidade o que ilegitimamente desviou”. Tal ainda não aconteceu…, o panorama da nossa terra de brandos costumes e falsos valores morais, admite a roubalheira desenfreada do erário público, à sombra da corrupção bem instalada. Apesar de tal, apareceram comentários sobre acontecimentos ocorridos na nossa vizinha Espanha, onde foi detectado um rasto de corrupção, com possíveis actores ligados à Casa Real, aproveitando-se para contestar não a corrupção diagnosticada, mas o próprio regime monárquico em si. E aí é que mora o desaforo inaudito da imprensa republicana caseira que, com raras excepções se tem calado com medo dos maiores corruptos do país. Em Espanha, mal o Rei teve conhecimento de que se duvidava da actuação do seu genro Iñaki Urdangarin, casado com a princesa Cristina, comunicou imediatamente que a situação deveria ser prontamente investigada e, se fosse caso disso, fossem severamente punidos os responsáveis. Imediatamente, a filha e o genro do Rei foram retirados do site oficial, tendo em atenção a alegada suspeita de desvio de fundos públicos. A princesa Cristina foi afastada definitivamente da actividade oficial da Casa Real, em Dezembro de 2011, tendo perdido o direito a ser tratada como princesa. Para reforçar a sua posição, o Rei D. João Carlos afastou oficialmente o casal de todas as actividades institucionais pela sua conduta “não exemplar”. Resta acrescentar que ao indigno cunhado do actual Rei, foi retirado o título nobiliárquico que lhe tinha sido conferido quando casou com a princesa, para exemplo da colectividade.

Que diferença do que se passa com a corrupção em Portugal…! Resta dizer que Iñaki Urdanarin apanhou seis anos e três meses de prisão.

António Moniz Palme – 2017

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