A. Moniz de Palme (Ed. 712)

Más notícias?!!!. Vira essa boca para lá…

Más notícias?!!!. Vira essa boca para lá…

Perante tanta confusão, criada pela balbúrdia existente em diversas facetas da vida, resolvi entrar num período de meditação profunda e afastar-me com determinação dos problemas políticos diários, nomeadamente das discussões de carácter económico e das possíveis soluções que nos livrem da iminente bancarrota que nos espreita. Devo confessar que nunca fui muito esclarecido em números e desde os meus tempos liceais era a matéria que menos me agradava. Enfim, cansado de ver chover no molhado e da partidarização constante das discussões públicas, aproveitei a deixa e comecei a olhar de soslaio para a catadupa de notícias que nos assaltam constantemente, dando-nos cabo da paciência e tirando-nos o sossego necessário para enfrentar a vida. No fundo, puro egoísmo, pois resolvi deixar correr e pensar em coisas mais agradáveis, assumindo o mesmo comportamento da avestruz que enterra o pescoço na areia para não ver o que se passa à sua volta. Todos caímos neste pecado, agravado quando uma preocupação familiar nos espera ao virar da esquina ou alguém que amamos resolve partir deste mundo sem nos pedir licença. Na verdade, tenho andado inconscientemente embalado no pecado do desinteresse pela situação da “res publica”, não ouvindo os comentadores televisivos da especialidade, nem lendo os artigos sobre esta matéria. Mais, fazendo como Ulisses, o herói grego da Odisseia, entupindo os ouvidos com tampões para nada ouvir e não ser arrebatado pelo canto invencível das sereias da tecnocracia actual. Aproveitei para me dedicar às minhas investigações históricas, às conversas académicas e a escrever frivolidades, dirão…! E como espertalhote de terceira categoria, arranjei logo uma boa desculpa para o meu censurável comportamento, lembrando:  É o Papa Francisco que aconselha a comunicação social a romper com o círculo das Más Notícias, para quebrar a teia viciosa da angustia e travar a espiral do medo resultante do hábito de ficar a elas agarrado. E vai daí, seguindo esse Superior ensinamento, nunca mais pensei em guerras, terrorismo, escândalos, corrupção, miséria moral e económica.

Mas a Intenção do Papa Francisco era bem outra. Não era libertar os cristãos do trabalho insano de enfrentarem as dificuldades do dia a dia, mas sim permitir que a comunidade respire com mais liberdade, não sendo intoxicada permanentemente com desgraças e só desgraças, recebendo notícias de factos que nos alegrem e que nos animem e nos alimentem a necessária Esperança. Assim, o Papa propõe um “estilo comunicador aberto e criativo” que não se sujeite a dar “papel de actor principal ao mal, mas procure evidenciar as possíveis soluções, inspirando uma abordagem responsável a tratar com as más situações de facto.

Mas que coisa! Estava eu na doce inconsciência de não pensar nos problemas e o Papa Francisco veio dar-me um abanão, pondo os pontos nos IS, referindo ser necessário não fugir aos problemas, mas ver as coisas boas para resolver as más, apontando-me o dedo acusador, para o meu comportamento de descarado e grande madraço. Lá ouvi, vindo da lonjura dos tempos “ Vai trabalhar malandro, pois não estás a gerir os talentos que Deus te deu”. E a época descuidada que estava a viver, esgotou-se. Na verdade, pensava eu, pouco tinha adiantado estar numa aflição sem nada poder fazer para resolver os problemas do mundo, mas como homens a sério teremos sempre que contribuir para as complicadas e difíceis resoluções que colectivamente nos são exigidas. Só assim se constrói a esperança, ouvindo com serenidade a mensagem dada pelas boas notícias que nos vão permitir resolver, num quadro mais amplo, o sofrimento do próximo e os males da colectividade, tornando-nos capazes de discernir, em cada momento, o que acontece entre Deus e a Humanidade.

Perante o cenário criado pelos ensinamentos do Papa Francisco, resolvi acordar para o mundo real e enfrentar sem dramatismo a nossa situação económica, não a vendo como uma catastrófica má notícia, mas apenas como um cíclico problema que tem que ser ultrapassado com coragem. Na verdade, é triste a situação em que se encontra cada um dos portugueses, cada um devedor de cerca de 23 mil euros, a título de dívida pública. Durante os três primeiros anos da Troika, a dívida pública aumentou cerca de 79 000 000 000, quantitativo correspondente grosso modo ao empréstimo concedido para evitar a bancarrota que a governação da altura causara. O valor da dívida em relação ao PIB passou, em 2016, para 128% e, nesta última percentagem, não foram tidas em consideração as dívidas dos institutos públicos, dos organismos autónomos e das regiões. Por outro lado, a Dívida por Obrigações do Tesouro subiu nada menos que 6%. Assustador, pois Portugal não tem dinheiro, as reservas do Estado Novo foram delapidadas pela voragem das medíocres administrações que nos têm governado E, o que é mais grave, é que o crescimento económico não assegura o pagamento da dívida sem serem pedidos novos empréstimos. Perante estas Más Notícias, teremos que tudo fazer para as transformar em Boas Notícias, que nos dêem alento, vendo equipar decentemente os hospitais, os tribunais e os transportes públicos, conseguindo a boa nova do aparecimento de gestores competente, não politiqueiros de esquina que apenas ocupam lugares para receber o salário e demais prebendas…Além do mais, uma regra de ouro a cumprir por cada português, trabalhar mais e gastar menos. Esse o desejável LEMA. Se assumirmos de frente a nossa dívida, certamente vamos mudar o rumo económico do País. Será essa expectativa e a consequente actuação uma boa e saudável notícia, que transformará os maus sonhos do quotidiano na esperança de uma Vida Melhor, nas Graças de Deus.

Bem Haja Papa Francisco.

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