António Moniz Palme (Ed. 741)

Casamentos Reais em Inglaterra e um velho e estranho aliado europeu cujo primeiro nome é República (1ª parte)

Edição 741 (14/06/2018)

Casamentos Reais em Inglaterra e um velho e estranho aliado europeu cujo primeiro nome é República (1ª parte)

A propósito de um simpático convite que me foi feito para participar num programa da RTP, sobre o casamento do Príncipe Inglês Harry com uma americana, chamada Meghan Markel, onde não estive presente pela minha total impossibilidade, relembrei a nossa infeliz situação de república à força. Pois foi. Tal convite fez vir à tona da minha pobre memória muitos acontecimentos que mostram a situação miserável do nosso País em relação aos Países civilizados Europeus.

Independentemente de rebuscados problemas protocolares e diplomáticos, tal evento, traz praticamente ao orçamento inglês bateladas de libras, pois tanto nacionais como estrangeiros pretendem adquirir qualquer artefacto que lhes recorde o casamento real. Essa é uma grande vantagem dos regimes monárquicos em relação aos republicanos. A Família Real faz parte da Família de cada um. O Rei e o Povo. Quem se lembra cá em Portugal de comprar uma púcara com o nome dos filhos do Mário Soares ou do Cavaco por altura do casamento destes. Livra…! E a razão é que estes não são considerados da respectiva família por ninguém. Na verdade, a HEREDITARIEDADE existente num regime monárquico não é afinal uma fraqueza do sistema, mas factor significativo que lhe confere legitimidade, que é a base da completa independência do Rei face aos partidos, aos interesses económicos ou aos grupos sociais, como ouvi claramente, numa entrevista feita há pouco tempo a Gonçalo Ribeiro Telles. O Rei que não governa, mas reina, é um instrumento de estabilidade e de identidade nacional. O Rei é a Pátria com figura humana.

Ora, o Reino Unido, composto pelas Inglaterra, Irlanda, Escócia e País de Gales com as suas características regionais, com símbolos próprios, unidas pela figura real, nunca perdem de vista o todo em que se inserem, bem como as diferentes características dos seus habitantes. Estes, independentemente da sua origem, bateram-se sempre galhardamente, através da história, em todas as guerras onde o Reino Unido esteve envolvido.

Em Portugal, os portugueses embora oriundos de diversas regiões têm em comum o grande culto pela sua pátria Portuguesa e por PORTUGAL, seu País. Acontece que a malfadada primeira República, que impôs a todo o Povo Português, através de um golpe militar, um regime republicano, nunca se preocupou em saber, posteriormente e através do sufrágio, em qual regime os portugueses pretendiam viver:- se numa  república, se numa monarquia…!. E não contentes com isso, como as marcas gravadas a ferro em brasa, no costado do gado ou no corpo dos escravos, chamaram ao novo País, modificando-lhe o nome, “República de Portugal”. Portugal passou assim a ter dois nomes. Sendo o nome próprio, República. Que despautério inacreditável…!  Naturalmente para nunca mais esquecermos Afonso Costa e a sua infame promessa, contra a vontade de todo o povo português, de terminar em dois anos com a religião católica no País.

Por outro lado, para mostrar aos parceiros europeus as virtudes desta república exigiram entrar na primeira grande guerra, contra a vontade dos próprios aliados, tendo sido os pobre militares, embarcados à noite, às escondidas, para não haver revoluções populares. Partiram mal armados quanto baste, mal fardados e com as botas com as solas rotas, atirados aos milhares para uma morte certa, atendendo à falta de preparação por todos conhecida. Mas, deste modo, a república foi tolerada pela Europa, pagando o Povo Português com o seu sangue tal condescendência. Claro que contra a desgraçada política da primeira república, odiada pela esmagadora maioria da população, houve um levantamento geral, nascendo a ditadura da Segunda República. Contudo, o problema do regime não foi discutido, para não desagradar aos próceres da nova ditadura. E após o 25 de Abril, os revolucionários não conferiram ao Povo a liberdade de pensamento e a verdadeira democracia., pois tudo mantiveram menos a ditadura anterior, pretendendo-a substituir por uma outra com um nome diferente, a ditadura do proletariado. Valeu o 25 de Novembro, senão estávamos prontos. Claro que temos que aguentar uma Constituição que, como limite material à sua necessária modificação, estabelece, no seu art. 288, a proibição de alterar a forma republicana do governo. Isto é, se a maioria do Povo Português, através de uma manifestação de vontade eleitoral pretender alterar o regime republicano para uma Monarquia, como existe em todos os Países Europeus mais civilizados, tal está proibido inconcebivelmente pela Constituição vigente. Estamos perante uma falsa democracia, como alias tive ocasião de publicamente referir a Mário Soares durante os debates da alteração da constituição de 2082, declarando que tal limitação era a porta aberta para um revolução armada, igual à republicana. Recordo que os republicanos em Lisboa e em Setúbal tiveram menos de 8% dos votos, nas vésperas da revolução do 5 de Outubro. Nos outros cantos do país nem se viram. Esta lei “pétrea”, como lhe chamaram os intelectuais de língua portuguesa, é uma espécie de chapéu de enormes abas largas que foi enterrado pela cabeça abaixo dos portugueses, para não poderem ver o que é uma verdadeira democracia, idêntica às dos países civilizados europeus. Enfim. O meu País, por quem dou a minha vida se preciso for, é PORTUGAL e não a república portuguesa…, que abomino.

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