Nasce um novo projeto de Teatro em Lafões

Nasce um novo projeto de Teatro em Lafões

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• Patrícia Fernandes

O Grupo de Teatro das Poldras é um novo projeto de Teatro que surgiu recentemente em Lafões, sob a direção de Pedro Giestas. Depois de uma oficina de Teatro, que se iniciou em dezembro do ano passado, e que despertou o gosto pelos palcos aos participantes, o projeto quis dar um passo em frente e criou um grupo: O Grupo de Teatro das Poldras que já pôs mãos à obra e está já a preparar o primeiro espetáculo. Em conversa com a Gazeta da Beira, Pedro Giestas fala-nos do grupo e revela-nos alguns segredos da primeira peça que deve estrear durante o próximo mês de outubro.

Todas as semanas, as quartas e as sextas, são dia de ensaios. O grupo de Teatro das Poldras reúne, por norma, na Sala das Piscinas Municipais de Vouzela, para dar vida a outras histórias. Um projeto dirigido por Pedro Giestas que se desdobra entre a sua vida profissional em Lisboa e o amor à sua terra natal que nunca esquece. “Vouzela é a minha casa! Se a esquecesse, esquecia-me de mim”. Um “corre-corre” constante, nem sempre fácil de conjugar. “É uma correria, mas quem corre por gosto não descansa… e eu gosto pouco de estar parado”, garante Giestas.

As “Poldras”preparam o primeiro espetáculo, o qual, apesar de ainda não ter data marcada, deve subir ao palco pela primeira vez, já no decorrer do mês outubro. Uma peça ousada, baseada na obra “A Casa de Bernarda Alba”, da autoria de Federico Garcia Lorca que promete surpreender. Como defende Pedro Giestas, “é uma estória cheia de alegria erotismo e emoções fortes”. No texto original a peça gira à volta de Bernarda, uma mãe rígida que nesta adaptação não vai ter lugar. “A Bernarda é uma mãe austera para com as suas filhas apaixonadas e recentemente órfãs de pai, como estamos fartos de austeridade expulsamos a Bernarda da cena e ficamo-nos apenas com as paixões das filhas”, explica o encenador.

Como tudo começou

O objetivo inicial era desenvolver uma pequena formação. Uma Oficina de Teatro, a convite da Câmara Municipal de Vouzela, que aguçou o gosto e soube a pouco. Quiseram mais. Nasce o “Grupo de Teatro das Poldras”. Para além de Pedro Giestas, alinharam 14 mulheres. Um desafio fácil de aceitar “quando se gosta de mulheres”, brinca o actor. Agora mais a sério…Giestas fala de “um grupo heterogéneo e por isso muito interessante”, no qual está evidente o espírito de união e entrega. Como explica Giestas, “trabalhamos de uma forma muito séria, brincamos fora das horas laborais”.

O “Grupo de Teatro das Poldras”, atualmente, entre atores e equipa técnica, é constituído por 14 pessoas, a estrutura contudo, não está fechada. As portas estão abertas a quem tenha vontade de dar mais ao grupo. “Os grupos de teatro são estruturas muito dinâmicas e estão sempre abertas não só a aqueles que querem pisar o palco como a todos os outros que participam da construção de um espetáculo”, explica.

Até agora, o balanço têm sido muito positivo, para o futuro, Giestas quer ainda mais. O entusiasmo das “Poldras” é evidente, o grupo está pronto para abraçar “todos os sonhos que o grupo de Teatro consiga ter”. Por outro lado, nem sempre é fácil alimentar o sonho. Para além do “apoio logístico incondicional da Câmara de Vouzela”, o grupo não conta até então com nenhum outro apoio financeiro, sendo que está a aguardar algumas respostas. O que lhes falta de financiamento sobra-lhes em vontade de continuar. “Até agora temos sido nós a pagar o prazer do vício”, confessa Pedro Giestas.

Quanto à importância deste projeto para a região, Giestas responde assim: “Terá aquela que Lafões lhe permitir e quiser dar, a importância é tão relativa não é?”. Sim é relativa. O Grupo de Teatro da Poldras continua empenhado em servir a arte, seguir o sonho, ao mesmo tempo que partilham serões que valem por si.

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Redação Gazeta da Beira