Tó Martins – o craque da Académica que vive na Termas

• Luís Pinheiro de Almeida

Juniores da Académica (1965/1966): Tó Martins é o segundo da direita em baixo.

Talvez não tivesse sido o maior dos craques da Académica, mas treinou com muitos deles na época 66/67: Maló, Rui Rodrigues, Rocha, Artur Jorge, Crispim, Vítor Campos, Mário Campos, Toni.

Tó Martins (António Carlos Machado Martins) – é dele que se trata – nasceu em Coimbra no dia 24 de Dezembro de 1947 e é um “produto” típico da Briosa dos anos 60: jogador-estudante. Quando chegou o momento, optou pelos estudos.

É o próprio Tó Martins quem conta telefonicamente (maldita pandemia!) à Gazeta da Beira:

“À época, havia o Campeonato Nacional de Reservas e íamos jogar a Guimarães, numa altura em que eu tinha uma frequência, estudava Direito.

“Então perguntei a Mário Wilson, que era o nosso treinador, se eu era para jogar mesmo ou não. Se era, eu adiava a frequência para a 2ª época, se não era, então não ia a Guimarães.

“Não gostei da resposta do “capitão”, tipo ‘isso não é típico de um jogador’ e então bati com a porta, vi-me embora. Foi em 1967”.

Tó Martins começou nos principiantes da Briosa em 62/63, tendo sido vice-campeão nacional, perdeu na final com o Sporting, em cuja baliza estava o futuro internacional Damas.

Foi capitão de equipa em diversos escalões, internacional universitário (em 1966 participou no Campeonato da Europa disputado em Espanha), foi o treinador mais novo dos campeonatos nacionais, com 19 anos, nos Marialvas (Cantanhede), e depois da zanga com Mário Wilson, também jogou na Naval e Febres.

Teve convites para alinhar no Beira-Mar e no Vitória de Setúbal, mas recusou-os.

“O que eu queria mesmo era estudar!”.

Nos juniores da Académica foi treinado por Bentes e Francisco Andrade e teve como companheiros, entre outros, Ruas, Pedrosa, Belo e Alhinho.

Ainda em Coimbra, foi, durante 14 anos, dirigente do Clube Náutico Académico de Coimbra, onde chegou a ser presidente da direcção.

Acabou o curso de Direito em 1974 e foi consultor jurídico e director-geral da Associação Comercial e Industrial de Coimbra, de onde saiu em 2010.

Reformou-se e, por razões familiares, foi viver em 2015 para as Termas de São Pedro do Sul, onde ainda hoje se encontra. Tem uma filha médica de Saúde Familiar no Centro de Saúde de Vouzela e nas Termas, cuja Mãe é co-proprietária do Hotel Rural Villa do Banho (ex-pensão Santos).

Os tempos da reforma são ainda ocupados com muito desporto, joga ténis com o professor do neto em Vouzela (“o meu vício é o ténis”) e futsal de veteranos em Viseu, quando é possível. Faz parte também da selecção nacional de juristas.

“Ah! E passeio o cão, o Guma!”.

Para terminar, diz que “faz força” para que a Académica suba de divisão, “embora não seja a AAC que desejaria, onde só há um jogador licenciado”, Traquina, que acaba de concluir o curso superior de Ciências do Desporto.

“Vá lá que é o capitão”, rematou.

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