Peugeot Citroen de Mangualde despede 280 colaboradores
Despedimentos afetam toda a região
Em breve, já no próximo dia 25 de julho, 280 trabalhadores vão ser dispensados da Peugeot Citroen de Mangualde. Há 16 meses que estão três turnos em funcionamento, contudo, a empresa optou por suprimir o terceiro. Segundo avançou a Peugeot, a empresa tem que se ajustar às leis do mercado, caso contrário, asfixia.
O alargamento a três turnos, em abril de 2013, motivou-se por um acréscimo de produção extraordinário que agora chega ao fim. Uma situação que a empresa sempre considerou transitória.
A PSA de Mangualde sublinha ainda que, inicialmente, o terceiro turno ia apenas operar durante nove meses e acabou por se manter durante dezasseis meses, o que, como defendem, deixa os trabalhadores numa melhor situação de desemprego. A Peugeot Citroen de Mangualde não põe de parte, caso se justifique, voltar a pôr em funcionamento os três turnos.
Atualmente, na Peugeot Citroen de Mangualde trabalham 1100 pessoas que, por dia, produzem 280 veículos. A partir do dia 25 de julho, o número vai ser reduzido a 822 trabalhadores que devem produzir, diariamente, cerca de 192 veículos.
Bloco questiona Assembleia da República
Na sequência dos 280 despedimento na PSA Peugeot Citroen de Mangualde, o Bloco de Esquerda pediu respostas à Assembleia da República (AR) e ao Ministério da Economia. Os Bloquistas falam de “mais um episódio de uma verdadeira novela da precariedade, em que os trabalhadores são tratados com o maior desprezo”. Um realidade que consideram “inaceitável”, ainda mais quando a empresa em causa “terá recebido vários apoios públicos para a sua atividade”.
No documento enviado para a AR, o deputado Pedro Filipe Soares considera que este despedimentos provam que a empresa considera os trabalhadores “descartáveis” e que está aplicar o que apelida ser “uma verdadeira lei da selva”. Como se pode ler: “Mais uma vez se repetiu a promessa dos trabalhadores que agora irão ser despedidos : “serão privilegiados em eventuais contratações futuras”. Ora, estas promessas servem para escamotear a redução salarial que é imposta sempre que acontece uma reintegração. Percebe-se, pois, que a empresa não respeita as obrigações sociais com os trabalhadores e utiliza os despedimentos como pressão para a redução salarial”. Ainda mais, quando, como apurou o partido, no setor automóvel os salários representam “em média, 5% dos custos de produção”.
Nesta sequência o Grupo Parlamente do Bloco de Esquerda levanta algumas questões ao Ministério comandado por Pires de Lima: Tem o Governo conhecimento da situação reportada na fábrica PSA Peugeot Citroen de Mangualde? Considera o Governo aceitável a atitude da empresa nesta desvalorização do custo do trabalho através da diminuição dos salários dos seus trabalhadores? Foram concedidos alguns apoios públicos a esta empresa, particularmente no âmbito do PASA nos últimos dois anos? Quais os apoios públicos que, ao longo da última década, esta empresa teve acesso? Em que data e quais os montantes? Questiona o Bloco.Redação Gazeta da Beira
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