14/11/2013 (Ed. 642)
Oliveira de Frades
• Patrícia Lopes (Museu Municipal de Oliveira de Frades)
Visitar o concelho de Oliveira de Frades é ir ao encontro das mais belas paisagens e da génese da história de Lafões. Um pouco por todo o concelho, esbarramos com testemunhos dos nossos antepassados. Presente e passado dialogam com o quotidiano das gentes locais. As mais inovadoras indústrias, importante pólo de empregabilidade, e os equipamentos que o município põe ao dispor dos cidadãos revelam o empenho das entidades económicas e políticas na difícil luta pelo desenvolvimento de uma região do Interior. Interessantes unidades hoteleiras impregnadas de uma característica ruralidade proliferam por todo o concelho preparadas para receber os visitantes mais exigentes. Acomodação de qualidade aliada a uma gastronomia variada e rica são motivos para uma visita a esta terra que tão bem sabe receber.
O turismo tem sido uma aposta para atrair visitantes e dar a conhecer o concelho. Para isto, muito tem contribuído o esforço das entidades locais. A Confraria do Frango do Campo tem sido um importante instrumento de divulgação da terra e do que aqui se produz. Também, a riqueza da história local tem atraído turistas nacionais e estrangeiros.
O dólmen de Antelas é protagonista. A importância do monumento megalítico, consequência das pinturas que cada um dos seus esteios ostenta, e o estado de conservação das mesmas, tem atraído investigadores de toda a Europa. Mas, a riqueza histórica de Oliveira de Frades não se esgota no período pré-histórico. A presença de Roma e dos Árabes ainda hoje se respira. Da etnologia e técnicas agrícolas aos troços de vias e marcos miliários, é toda a herança cultural que estes povos nos delegaram.
O Museu Municipal apresenta-se como ponto de partida rumo á descoberta da história e do património do concelho. A arquitetura civil e religiosa espalham-se por todo o município. Solares e «casas do brasileiro» mais que obras arquitetónicas, testemunham, por um lado a abundância de famílias endinheiradas na região, por outro a vaga de emigração, no inicio do século passado, e o gosto que essa gente fazia em construir autênticos palacetes nas suas aldeias natal.
Entre a arquitetura religiosa, a igreja de Souto de Lafões reveste-se de importância acrescida. Este pequeno templo testemunha várias campanhas arquitetónicas. A cabeceira e os cachorros exteriores são da empreitada medieval, mas é o estilo barroco que domina o espaço. Os altares em talha dourada são um deleite para o espetador.
Se o visitante preferir um passeio ao ar livre, as aldeias típicas são uma boa opção. Estes pequenos aglomerados populacionais, onde a sede da industrialização não penetrou, como a Bezerreira, Cercal, etc, deleitam-nos com a sua beleza natural. É uma viagem ao passado, ao quotidiano rural de outros tempos.
Para terminar esta incursão por Oliveira de Frades, nada melhor que a degustação das iguarias que têm como principal ingrediente o frango, ou não fosse este concelho, capital do frango do campo.
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24/10/2013 (Ed. 641)
Comerciantes Exigem Novas Medidas para Dinamizar o Comércio
O Comércio Local nos Dias de Hoje
• Patrícia Fernandes
Por todo o lado foi ouvida a mesma resposta. A crise e as medidas de austeridade chegaram à Região de Lafões e invadiram as ruas. Umas lojas fechadas, outras que a muito custo vão conseguindo manter as portas abertas, em prol de uma vida dedicada a uma causa, em prol do negócio de há tantos anos que se recusam a ver morrer. Este é o reflexo de um presente que deixa marcas bem claras: Vilas mais tristes, sem pessoas, sem vitalidade, sem futuro.
Comércio Local soma Dificuldades
As dificuldades vêm de todas as direções. A perda do poder de compra da generalidade dos lafonenses, na atualidade, é uma realidade e a concorrência das grandes superfícies, vai conseguindo, paulatinamente, sufocar os pequenos comércios, que, sem nenhuma porta aberta, capaz de lhes dar respostas, vêem-se obrigados a também fechar a sua.
Como refere Gil Ferraz, Presidente da Associação Empresarial de Lafões, em conversa com a Gazeta da Beira, o encerramento de lojas vai ter fortes repercussões a nível social. Como explica: “Se o comércio desaparecer, as populações, consequentemente, também vão desaparecer e deslocar-se para os grandes centros urbanos, estamos no caminho claro da desertificação”. Falta de apoio, falta de articulação, uma notória falta de interesse das diversas entidades, são as principais lacunas que Gil Ferraz aponta ao comércio local dos dias de hoje. Nos últimos tempos, como defende o presidente da Associação Empresarial de Lafões, fez-se muito pouco pelo comércio.
Da Associação Comercial de Viseu, chega-nos a mesma resposta. Para o presidente Gualter Mirandez, “o encerramento de mais lojas será péssimo para os pequenos centros urbanos”. Como refere à Gazeta da Beira, o comércio está ligado à qualidade das próprias vilas. Os encerramentos das lojas, como acrescenta, vão originar uma deslocação da economia e da população para os grandes centros.
Gualter Mirandez fala de uma repercussão clara da crise nestes pequenos comércios. Como explica: “Com as medidas gravosas complementadas nos últimos Orçamentos de Estado, as pessoas mal têm dinheiro para adquirir os bens de primeira necessidade”.
Um cenário de crise que, como explica Gualter Mirandez, acentua gravemente “a não venda”. A isto, acrescenta-se, como refere o presidente da Associação Empresarial de Lafões, a concorrência das grandes cadeias de retalho que como adquirem grandes quantidades, conseguem sempre margens mais vantajosas.
Soluções Precisam-se!
Os produtos vendidos no comércio local têm vantagens que muitas vezes são esquecidas. Como esclarece Gualter Mirandez, “o comércio local oferece produtos diferenciados, que apostam na qualidade”. Além disso, há uma relação diferente com o cliente. “Há uma fidelização, os clientes são bem acompanhados, os comerciantes vão ao encontro das suas exigências”.
Importa, portanto, perante este cenário, encontrar soluções para revitalizar o comércio. Gil Ferraz lança um altera: “é perentório traçar estratégias profundas, que não variem consoantes os autarcas no poder”. A resposta para a crise está, segundo o engenheiro, numa maior dinamização das vilas que consiga atrair mais pessoas às ruas. Como esclarece, “uma animação comercial activa consegue fazer o comércio crescer, é, por isso, importante sinalizar inúmeras iniciativas, criar actividades turísticas, visitas lúdicas…”
Gualter Mirandez, por sua vez, fala da necessidade de criar uma marca própria da região, que consiga valorizar e dar identidade os produtos lafonenses. Paralelamente, acredita que os municípios devem criar mais condições para os clientes. Como refere: “importa requalificar os edifícios e as ruas”.
Novos mandatos, novas perspectivas
São Pedro do Sul
O futuro do comércio em São Pedro do Sul vai ser construído através do diálogo entre a autarquia e os comerciantes. É esta a garantia do novo Presidente da Câmara, Vítor Figueiredo que considera que, mais do que obras e novos espaços, neste momento, o maior problema dos comerciantes é a crescente perda de população no concelho. Ao conseguir atrair mais pessoas para São Pedro do Sul Vítor Figueiredo acredita que, consequentemente, haverá mais movimentação nas ruas, e mais negócio para os comerciantes.
Para combater esta realidade que apelida de “problema estrutural”, Victor Figueiredo só vê um caminho possível: a criação de novos postos de trabalho que permitam “estancar a saída da população”. Para o efeito, o presidente da câmara perspetiva a construção de um novo parque industrial que consiga atrair mais tecido industrial para São Pedro do Sul.
Ainda no sentido de atrair mais população para o concelho, Vítor Figueiredo quer apostar no turismo da serra e no turismo termal, procurando atrair novos públicos, nomeadamente, a nível internacional.
Victor Figueiredo quer criar, ainda, cerca de 150 estacionamentos e pretende apoiar iniciativas que consigam trazer pessoas às ruas e, naturalmente às lojas.
A cidade se São Pedro do Sul, neste momento, debate-se com duas polémicas. Primeiro, a rua Serpa Pinto está a dividir os comerciantes. Uns defendem que a rua passe a ter dois sentidos, outros, defendem que a rua deve continuar com sentido único. Neste momento, circulam dois baixos assinados distintos. Depois, os comerciantes do largo de S. Sebastião queixam-se das obras demoradas nas acessibilidades às lojas, que desde Março têm, segundo os comerciantes, afastado os clientes. Vítor Figueiredo, que acabou de tomar posse, explicou, neste sentido, que estes assuntos vão ser discutidos pelo órgão executivo, e as decisões vão ser tomadas depois de ouvir a perspectiva dos comerciantes.
Vouzela
Para Rui Ladeira, o comércio local é uma das grandes apostas do município. O Presidente da Câmara tem um projecto delineado que, pode ser dividido em dois pilares fundamentais: Continuar a criar iniciativas convidativas, que atraiam visitantes e operar a nível estratégico e infraestrutural.
Como explica, Rui Ladeira: “as inúmeras iniciativas que o município tem acolhido, conseguiram atrair dezenas de milhares pessoas ao concelho”. Neste sentido, para o futuro, Vouzela quer continuar a ser o palco de grandes eventos, muitos dos quais, com dimensão nacional. O objectivo é atrair turistas a Vouzela que, ao visitar a terra, possam, como refere o autarca, “frequentar os restaurantes, as lojas, os hotéis…”
O Projecto Terras, o Mercado Municipal e a requalificação do Posto de Turismo, também têm, segundo o autarca, desempenhado um papel fulcral enquanto motores dinamizadores da vila. Como explica o Presidente da Câmara: “por um lado, é uma forma que a população tem para vender os seus produtos, por outro lado, é uma forma de promovermos a qualidade daquilo que é nosso”.
O município, por outro lado quer requalificar o centro urbano da vila. Entre outras medidas, Rui Ladeira quer que a zona antiga da vila dê prioridade às pessoas. O projecto, como referiu o autarca, já está concluído, e ronda um investimento de um milhão e quinhentos mil euros. Para o por em marcha o município aguarda novos fundos comunitários.
Castro Daire
Mais estacionamentos, mais turismo, mais acessibilidades. Estes são para Fernando Carneiro, o presidente da Câmara de Castro Daire, os pontos chaves para conseguir dinamizar o comércio no concelho. Com referiu o autarca, em conversa com a Gazeta da Beira: “queremos construir mais estacionamentos perto da vila para facilitar o acesso das pessoas às lojas, queremos que a vila seja acessível para todos, para isso, queremos optimizar estes serviços. Queremos, também, paragens de autocarros no centro da vila”.
Para Fernando Carneiro, medidas anteriores que possibilitam que os idosos circulem gratuitamente nos transportes públicos já surtiram efeitos positivos no comércio. Como salienta o Presidente da Câmara, “com esta medida notou-se muito mais movimento, muito mais pessoas vêm à vila”.
Atrair pessoas de fora para as terras castrenses é também um objectivo do autarca, para o efeito, a aposta é no turismo, assim como, em iniciativas convidativas, capazes de atrair pessoas a Castro Daire.
Oliveira de Frades
Para a vereadora Elisa Oliveira “o comércio local é de enorme importância para a promoção e o desenvolvimento do concelho”, isto porque, como refere à Gazeta da Beira, “para além de beneficiar a economia do concelho, o comércio faz parte da cultura, da história e do património de Oliveira de Frades”. Portanto, para a vereadora é fundamental que o comércio local seja apoiado e valorizado.
Como explica Elisa Oliveira, o município de Oliveira de Frades tem apoiado algumas iniciativas que têm conseguido dinamizar as lojas, sendo que, no futuro, continuará a ser esta a orientação do município. A vereadora dá alguns exemplos. Como refere, o município tem apoiado os desfiles de moda de Oliveira de Frades, que conseguem dar visibilidade a inúmeras e diversificadas lojas. De igual modo, no Natal é hábito haver um concurso de montras, o qual, tem conseguido tornar as lojas mais apelativas. Recentemente, o município, em parceria com a GNR, promoveu uma iniciativa que pretendia ensinar aos comerciantes importantes medidas para a segurança das lojas e deles próprios. Para o Natal, o município consciente da importância desta época para os comerciantes vai apostar na iluminação de Natal, como forma de, como indica a vereadora “ valorizar o espaço e levar os consumidores a visitar as lojas”.
Paralelamente, o município prepara uma requalificação do Centro Urbano da Vila que procura uma reorganização funcional, melhorar o aspecto da vila assim como as acessibilidades do concelho.
Eficiência Energética em Edifícios
As energias renováveis nas habitações
• Patrícia Fernandes
Na última edição falámos sobre a importância da eficiência energética nas casas, e chegámos à conclusão que a optimização das fontes de energias é de enorme importância, quer para a racionalização do orçamento familiar, quer para o meio ambiente. Edifícios energeticamente eficientes podem reduzir consideravelmente as necessidades energéticas do mundo, o que, será essencial para o futuro do planeta. É importante conseguir controlar as emissões globais de gases com efeito de estufa e evitar catástrofes ambientais que derivam do aquecimento global, da diminuição da camada do ozono e das chuvas ácidas. O segredo é privilegiar os recursos naturais inesgotáveis, as energias renováveis, e controlar o uso abusivo das fontes de energia com origem nos combustíveis fósseis.
Os Painéis Solares
Em Portugal são muitos os dias em que o sol brilha e ilumina as nossas vidas. Estes raios de sol, contudo, podem ter uma outra utilidade: criar electricidade. Os painéis fotovoltaicos conseguem converter a energia solar em electricidade, através de uma placa, composta de material semicondutor em silíco monocristalino.
Os custos relativos à aquisição destes painéis são ainda elevados, contudo, estes diapositivos, a longo prazo, podem fazer a diferença no orçamento familiar. O ambiente agradece, uma vez que estes aparelhos não são poluentes.
A manutenção destes diapositivos é praticamente inexistente e a energia gerada durante as horas de radiação pode ser armazenada, através de baterias, para que, posteriormente, seja utilizada em horários em que o sol não ilumine a Terra.
A Energia Geotérmica
A terra também pode ser uma boa aliada para conseguir uma casa energeticamente mais eficiente. Isto porque, este recurso natural tem uma elevada inércia térmica, o que lhe permite acumular a energia solar em forma térmica. Basta “escavarmos” cerca de 5 metros no solo para conseguirmos encontrar uma temperatura amena de 15 graus centígrados, aproximadamente. A qual se mantém estável ao longo de todo o ano.
Uma enorme quantidade de energia que pode ser utilizada nas habitações, quer para a climatização das casas, quer para o aquecimento das águas sanitárias. Para o efeito, é preciso uma bomba de calor (como ilustra o gráfico). Assim, através de circuitos de tubagens enterrados, nos quais circula um fluido de transferência (água ou aditivo anticongelante) é conseguida uma eficaz captação de energia. No Inverno esta energia é libertada para o espaço a aquecer, através da bomba de calor, já no verão, a situação inverte-se.
A Energia da Biomassa
A biomassa é composta por elementos biodegradáveis de produtos e resíduos da agricultura, da floresta e das indústrias conexas. A biomassa pode ser utilizada nas casas para diferentes finalidades, sendo que, o uso mais comum é o aproveitamento das lenhas para aquecimento do ambiente e produção de águas quentes.
Actualmente, há já vários modelos de fogões e caldeiras que trabalham com este recurso para aquecer a casa. O aquecimento através desta energia é mais seguro do que os outros combustíveis, sendo que a biomassa é, também, um combustível mais barato e ecológico.
A Energia Eólica
O vento é um recurso renovável que também consegue produzir energia eléctrica. Para isso, o vento (energia cinética) faz girar as pás das turbinas, que, por sua vez, fazem rodar um eixo, o qual põe em funcionamento um gerador que, a partir de campos magnéticos, converte a energia em electricidade.
Para que este equipamento seja viável, é importante ser aplicado numa zona ventosa em que, a velocidade média anual seja superior a 13km/hora.
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