Os prejuízos em Lafões estão por contabilizar, mas parecem ser imensuráveis
Depois da Elsa veio o Fabien
EN 227-ligação Vilarinho-Covelo
Uma boa parte da população do oeste da Europa (Portugal, Espanha e França) mal tiveram tempo de respirar entre uma e outra tempestade. Primeiro foi a Elsa, depois o Fabien. Se a situação não fosse tão grave quase apetecia dizer que até as tempestades cumprem a paridade.
Em Portugal foi nas regiões Centro e Norte do país que os efeitos da intensidade dos ventos e das chuvas mais se fizeram sentir.
Sobretudo nas regiões montanhosas onde os grandes fogos florestais dos últimos anos tinham deixado os solos nus, e por isso sujeitos à erosão, o arrastamento de terras, a queda de árvores, algumas queimadas outras que tinham resistido os fogos, aconteceu um pouco por todo o lado. Em muitos locais dando origem à queda de barreiras, de muros de suporte de estadas e até de alguns pontões.
A região de Lafões foi das mais atingidas, com prejuízos ainda por contabilizar dada a sua dimensão, justamente porque quase toda a sua área florestal tinha sido vítima de grandes fogos florestais nos últimos anos.
A par destes processos erosivos verificaram-se inundações nos terrenos dos vales provocadas pelas águas dos rios.
Visitámos as páginas de Facebook dos três municípios de Lafões e em todas encontrámos mensagens de alerta às populações e informações sobre o modo como deveriam reagir face às ocorrências.
Termas de São Pedro do Sul • Credito foto: João M. Costa
Mas estas duas tempestades originaram uma série de estragos ao longo de toda a Península Ibérica. As margens dos rios ficaram totalmente alagadas, as estações submersas, levando ao corte de algumas destas, sendo que até a CP (Comboios de Portugal) se viu obrigada a cancelar todas as ligações de Intercidades e Alfa Pendular, e o trânsito em alguns locais como a Ponte 25 de Abril, em Lisboa, esteve interdito à passagem. Foram contabilizadas pelo menos 6000 ocorrências em Portugal continental. Muitas delas estão relacionadas com a queda de árvores devido aos ventos fortes.
Fim da tarde em Carvalhais
No Facebook do Município de São Pedro do Sul ficou o alerta: “As condições meteorológicas adversas dos últimos dias provocaram a subida dos rios e a acumulação de enormes quantidades de águas pluviais, com as consequentes derrocadas de terras, quedas de muros, quedas de árvores e diversos danos materiais um pouco por todo o concelho.
Ponte de Covelas-Pinho (antes)
Ponte de Covelas-Pinho (não resistiu)
Queremos desde já agradecer a todas as forças da Proteção Civil e cidadãos que têm sido incansáveis na resolução das diversas ocorrências na defesa de pessoas e bens.
Existem vários acessos condicionados e situações ainda por resolver.
Apelamos a todos que tomem as medidas de prevenção e de segurança necessárias e que comuniquem à Proteção Civil Municipal eventuais situações de risco.
Porque todos somos Proteção Civil!
Espera-se a melhoria das condições climatéricas a partir de domingo! Depois da tempestade vem a bonança!
Obrigado a todos pela compreensão! Votos de um Feliz Natal!” A mensagem de Natal parecia assim substituir-se por um alerta às populações.
Em Vouzela, na Facebook do Município aviso semelhante:
“Aviso à População: Precipitação forte e persistente, vento forte e agitação marítima
Situação
De acordo com a informação meteorológica disponibilizada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê-se, para os próximos dias, um agravamento das condições meteorológicas, com precipitação forte e persistente, vento forte nas terras altas e no litoral e agitação marítima forte em toda a costa.
Acompanhe as previsões meteorológicas em www.ipma.pt.
Efeitos expectáveis
Face à situação acima descrita, poderão ocorrer os seguintes efeitos:
* Possibilidade de inundações rápidas em meio urbano, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências dos sistemas de drenagem;
* Possibilidade de inundação por transbordo de linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis;
* Inundações de estruturas urbanas subterrâneas com deficiências de drenagem;
* Piso rodoviário escorregadio e eventual formação de lençóis de água;
* Danos em estruturas montadas ou suspensas;
* Possibilidade de queda de ramos ou árvores;
* Possíveis acidentes na orla costeira;
* Fenómenos geomorfológicos causados por instabilização de vertentes associados à saturação dos solos, pela perda da sua consistência.
Medidas preventivas e de autoproteção
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) recorda que o eventual impacto destes efeitos pode ser minimizado, sobretudo através da adoção de comportamentos adequados, pelo que, e em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis, se recomenda a observação e divulgação das principais medidas de autoproteção para estas situações, nomeadamente:
* Garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas;
* Adotar uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a formação de lençóis de água nas vias;
* Não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas;
* Garantir uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas;
* Ter especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos e árvores;
* Ter especial cuidado na circulação junto da orla costeira e zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a galgamentos costeiros, evitando se possível a circulação e permanência nestes locais;
* Não praticar atividades relacionadas com o mar, nomeadamente pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar, evitando ainda o estacionamento de veículos muito próximos da orla marítima;
* Estar atento às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e Forças de Segurança;
* Nos terrenos confinantes com rios e cursos de água, historicamente sujeitos a cheias e inundações, retirar os animais e os equipamentos agrícolas.”
O mesmo em Oliveira de Frades: “PROTEÇÃO CIVIL MUNICIPAL – DEPRESSÃO ELSA
Devido ao mau tempo que assolou o país pela passagem da Depressão ELSA, também o concelho de Oliveira de Frades foi afetado. A Proteção Civil Municipal alerta para as vias de comunicação afetadas, pelo que deverão ser tomadas medidas de precaução e o uso de vias alternativas:
- Via Interdita de acesso à Barragem das Caínhas através da localidade de Paredes Velhas (Vouzela);
Alternativa: Acesso através da Estrada de Travassós;
Alerta-se ainda que deverá ser tomada a máxima precaução na circulação nas restantes vias do concelho.
Corte de estradas
A Proteção Civil informa que se procedeu ao encerramento das seguintes estradas:
– EN 228 entre Vouzela e o cruzamento para a povoação de Calvos
– EN 228 entre a igreja de Fataunços e o nó do antigo IP5.
Tal facto deve-se à queda de árvores, abatimento de pisos e derrocadas provocadas pelas intempéries que se têm feito sentir.
Relativamente ao corte entre Vouzela e o cruzamento de Calvos a alternativa passa pela utilização da EN 16 em direção às Termas de S. Pedro do Sul.
No segundo caso a alternativa passa pela utilização da estrada que liga Fataunços a Figueiredo das Donas.
Alerta-se ainda para o agravamento do estado do tempo a partir das 18 horas com rajadas de vento que podem atingir os 130km/hora que, posteriormente, a partir das 23 horas serão acompanhadas por chuvas fortes.
Por este motivo aconselhamos as pessoas que tenham o máximo de cuidado.”
Este alerta permanente dos municípios, da proteção civil e a disponibilidade dos Bombeiros Voluntários foi essencial para evitar maiores danos.
Falta fazer um levantamento dos prejuízos mas, basta um pequeno passeio por Lafões, para se perceber a sua dimensão e a obra que está para fazer.
NOTA:
Optámos por transcrever as mensagens de alerta dos municípios porque poderão ser úteis em próximas situações. É sempre bom tê-las presentes.
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