Francisco Silva
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Pouca-terra, pouca-terra
Estava o Vouguinha a chegar,
Por entre vales e colinas,
Vinha ele a fumegar!
Há mais de uma centena de anos,
A linha do Vale-Vouga surgiu!
E terras tão distantes,
O comboio uniu!
Foram tantas as viagens,
Todas com encanto singular,
Na memória guardo as imagens,
Dos sítios que ainda hoje adoro visitar!
Da ponte de Santiago,
Entre o verde da natureza,
Avistava o Vouga
E desfrutava da sua beleza!
Partia da minha terra,
Aí esperava na estação,
Daí ia à descoberta do mundo!
O comboio trouxe inovação!
Pessoas, histórias, destinos,
A todos o Vouguinha cruzou,
Hoje, ficam só as memórias,
De um tempo que passou!
Pouca-Terra, Pouca Terra,
Por estas terras nunca mais se ouviu!
Os anos passam, tudo muda!
“O Xancas” de todos se despediu!
Ficou o silêncio.
As pontes que as ervas aos poucos tapou,
Da imponente linha dos caminhos de ferro,
Só a recordação ficou!
Hoje o comboio não passa,
Mas a linha do Vale Vouga nova vida ganhou!
Um percurso pedonal,
trouxe a vida que o comboio deixou!Redação Gazeta da Beira
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