O senhor Sevéri

Cristina Sousa

O Senhor Sevéri, um cientista feliz,

Percorria o país de lés a lés.

Deambulava horas a fio

Por planícies,

Montes e vales…

Na sua carripana, ainda à manivela,

Descobria a flora e, no silêncio das tardes,

Desvendava a fauna.

Assobiava aqui

E descansava ali.

Percorria o país de lés a lés.

Investigava de dia,

Escrevia de noite,

E, com um pau de giz,

Relatava aventuras e descobertas.

Ao Senhor Sevéri, um cientista feliz,

Encantavam-no as formas e as cores de todas as árvores,

De todas as plantas e flores

E de todos os animais quadrúpedes ou rastejantes.

Um dia encontrou bagas…

E desenhou-as fielmente no seu caderno de notas.

Uma baga redondinha,

Mais pequena de que uma ameixa,

Um pouco maior que uma ervilha.

Ficou com dúvidas quanto à cor…

Púrpura, violeta ou lilás?

Na caixa procurou outras cores.

 

Pintou a baga de azul e depois de violeta.

Acrescentou pozinhos de púrpura.

E assim ficou satisfeito!

Tinha descoberto uma nova cor.

Uma nova cor, um novo fruto.

Deu-lhe o nome de mirtilo

Colheu bagas e mais bagas.

Provou-as todas.

E, isolado no seu laboratório,

Descobriu ainda mais coisas…

Chá de mirtilo

Bom a qualquer hora do dia,

Tarte de mirtilo

Só às fatias,

Doce de mirtilo

Vai bem com trigamilha.

O Senhor Sevéri,

Depois de uma grande descoberta,

Tornou-se um cientista feliz…

E, de lés a lés, continuou a descobrir um país.Redação Gazeta da Beira