“O Ato Médico é uma Empreitada?”

Apresentação Pública do livro do Advogado João Carlos Gralheiro

No passado dia 17 de fevereiro, um dos salões do Museu Nacional Grão Vasco foi pequeno para acolher Magistrados Judicias, de várias instâncias, e do Ministério Público, Advogados, Médicos e outros profissionais de saúde, Professores de vários níveis de ensino, amigos e familiares do Autor, que ali se deslocaram para participarem na sessão pública de lançamento do livro do Advogado, João Carlos Gralheiro, intitulado “O Ato Médico é uma Empreitada?”. De entre todos, não se pode deixar de destacar a presença do conhecido homem de televisão e do cinema, Mário Augusto, e do ex-Reitor e Vice-Reitor da Universidade de Coimbra, respetivamente Professor Fernando Seabra Santos e António Avelãs Nunes.

Após palavras de abertura proferidas pela Diretora daquele Museu e pela representante da Editora, foi aquela plateia presenteada com uma magistral aula de sapiência, proferida pelo Doutor André Dias Pereira, Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, subordinada a temas de relevantíssima atualidade, designadamente atinentes com a questão da sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, mormente do seu financiamento, e da racionalidade/racionamento no/do seu uso.

Dirigiu-se, então, o Autor à assistência, relevando a importância que na sua formação humana, académica e profissional tiverem seus Pais, Mestres, Amigos e Familiares, bem como Juízes, Procuradores e Advogados.

Para quem adquiriu os exemplares daquele livro, que estavam à venda e que cedo se esgotaram, e isso desejou, o Autor autografou os mesmos.

O livro tem a chancela das Edições Esgotadas (Travessa de Santa Cristina, 8, 3500-181 Viseu; viseu@edicoesesgotadas.com; 232420948), tendo o ISBN 978-989-8801-98-2, Depósito Legal 47528/18, podendo, com esta informação, ser adquirido em qualquer livraria ou papelaria perto de si ou diretamente encomendado à editora.

Texto lido na circunstância pelo Autor:

Senhoras, Senhores,

Amigas, Amigos,

Muito boa tarde,

Fosse poeta, ei-la, a vez de vos anunciar o meu primeiro livro de poemas.

Fosse pintor, haveria chegado o momento de vos presentear com as minhas melhores telas.

Fosse músico …

Mas não. Prosador. Um prosaico prosador “que chega a fingir que é dor / a dor que deveras sente”. Ops…. Enganei-me, isto não é daqui. São os nervos. Desculpai-me. Vamos lá recomeçar, e o melhor, mesmo, é pegar no papel, não vá tornar-me a enganar.

Então, dizia eu:

Fosse poeta, ei-la, a vez de vos anunciar o meu primeiro livro de poemas.

Fosse pintor, haveria chegado o momento de vos presentear com as minhas melhores telas.

Fosse músico…

Mas não. Prosador. Um prosaico prosador, e agora sim, que se atreve, vejam bem, a prosar sobre “coisas” do Direito e da Medicina.

É. Aprendemos na vida que há uma vez primeira para tudo. E se, por primeira ser, em particular apoquenta, vez primeira em especial nos encaminha e enriquece.

É. É precisamente o que ora me sucede convosco, aqui, para a primeira sessão de lançamento do meu primeiro livro.

Porque assim é, entendo ser meu dever realçar todos quantos estiveram ao meu lado nesta caminhada, porque, citando o poeta castelhano António Machado, “o caminho faz-se caminhando”.

Antes do mais, meu penhorado bem-haja a meus Pais, Margarida e Jaime Gralheiro, os dois encabeçando o pelotão, lado a lado, neste meu percurso de quase seis décadas. Sem a educação que me deram, sem as portas, postigos e janelas que me ajudaram a abrir, sem os corredores que, incondicionalmente, me auxiliaram a percorrer ao longo da minha formação humana, académica e profissional, eu não seria eu, este eu que ora se vos dirige.

Partilho convosco (não resisto) uma sentida memória:

A última conversa que tive com meu Pai foi, precisamente / preciosamente, sobre o trabalho de investigação que tinha em mãos, embrião deste livro.

(Um pequeno parêntesis, permitam-mo: embora tendo sido a derradeira, como vos disse, apoquenta-me, encaminha-me e enriquece-me como que se da primeira conversa entre os dois se tivesse tratado!)

Eu…, não, eu mais a adrenalina própria do surpreendente encantamento (do surpreencantamento, nas palavras do meu grande Amigo João Cerveira) pela descoberta de trilhos a pesquisar, a investigar, bombardeava-o sem cessar, e ele, na cama do hospital, já debilitado, acompanhando as constelações teoréticas em que a nave interestelar do meu raciocínio navegava, alertava-me, volta e meia, para os buracos negros que poderiam surgir na rota que estava trilhando.

É. Isto de se ser agnóstico é, é-me tramado, pois que sabemos que Eles não estão algures, em nenhures, quiçá orgulhosos pelo produto final.

É. Isto de se ser agnósticos é, é-me maravilhoso, pois que coloca nos nossos ombros a responsabilidade de respeitarmos a memória d´Eles.

Depois, uma palavra de gratidão a meus Mestres. A todos eles: pretéritos, presentes e vindouros, já que, parafraseando Vladimir Ilitch Ulianov (Lenin), “aprender, aprender sempre”.

Desde os bancos de Escola (então denominada de primária), até aos da Faculdade, passando pelos do Magistério (à data designado de primário), tive o privilégio de cruzar com Professores de universal saber; portadores da inquietude própria de instigar à pergunta, da insaciabilidade da procura e da descoberta.

Assim, não poderia deixar de aqui relevar quem, amavelmente, prefaciou esta obra, honrando-nos com a sua presença, o Senhor Professor Doutor André Dias Pereira, Ilustre académico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Foi o senhor, Senhor Professor Doutor André, quem levou a que eu fizesse as pazes com a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde me licenciei.

Permitam-me que compartilhe o momento em que o espanto despoletou a vontade de pesquisar, que desaguou no trabalho agora feito livro. Devo-o ao curso de pós-graduação em Direito da Medicina, ministrado pelo Centro de Direito Biomédico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

Quão diferente é hoje a relação Mestre/Aluno!

Hoje, testemunho-o ao longo das várias formações e pós-graduações que frequentei, frequento e frequentarei, estou certo, o privilégio que é ter os professores tão perto e tão abertos aos alunos! Que prazer que é ir às aulas naquela vetusta universidade!

A vós, Mestres meus, profundo reconhecimento por haverdes despertado em mim a urgência de me surpreender, de me encantar com o saber, com os saberes. Que bom que é, quão preciso, quão precioso é, afastar o véu e vislumbrar para lá, mais adiante, sempre.

Aos meus Amigos e Familiares, companheiros permanentemente presentes, solidários, sabeis bem que não sou de palavras, faladas, muitas. Porém, de bastantes para vos dizer que sei que sabeis ler-me os silêncios. Forte abraço.

Às Edições Esgotadas, o meu agradecimento por terdes crido na valia deste meu trabalho. Oxalá corresponda, no mínimo, às vossas expectativas.

Aos meus Colegas e aos Senhores Procuradores e Juízes com quem, ao longo de mais de 30 anos, me tenho vindo a cruzar, o meu especial apreço e agradecimento, também. É na dialética da barra, onde vós sois protagonistas, que a todo o momento sou confrontado com a procura das soluções jurídicas mais adequadas, porque justas na composição dos interesses em litígio e conformes com uma correta interpretação da Lei.

Modestamente creio que o corpo deste meu trabalho melhor seria escrito por qualquer de vós. Por vós que, de tanto saberdes, meu tempo tanto não tendes, de facto.

Aos Leitores, a minha palavra de gratidão. Para lá de acederdes a um conjunto de reflexões sobre questões atinentes ao Ato Médico e ao Direito, para lá disso, ireis partilhar, dar a mão a esta minha criação.

Por fim, e os últimos são sempre os primeiros, à Zira, à Maria e à Ana, bem hajam por me aturardes e, já agora, desculpai qualquer coisinha.

Termino, terminando mesmo, convidando-vos a deslocarem-se ao bar onde, com a colaboração da Escola Profissional Mariana Seixas, o Cheff João Eustáquio, sua equipa e alunos irá ser servido um “miminho”, sendo que, entretanto, ficarei à disposição de quem o queira para autografar o livro.

A todos vós, sem exceção, esperando não vos desmerecer, o meu sincero bem-haja.

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