Mário Almeida

AUTORIDADE E AUTORITARISMO

Autoridade e autoritarismo, embora sendo palavras semelhantes, significam coisas muito diferentes.

A autoridade não se impõe, exerce-se! Com inteligência, com sabedoria, com respeito e sensatez.

O autoritarismo, por outro lado, impõe-se! Com gritaria e com o contrário de tudo aquilo que é preciso para ter autoridade.

A última reunião pública da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul foi mais um exercício onde não imperou nem educação nem respeito e onde a prepotência e autoritarismo foram constantes.

Estas reuniões não costumam primar por boas regras de educação. A condução dos trabalhos por parte do presidente da Câmara, Vitor Figueiredo, deixa muito a desejar. A regra normalmente é o berro, a prepotência e uma enorme falta de bom senso. Roçando frequentes vezes a má educação e uma animosidade pessoal contra o Prof Rogério Duarte que não devia existir entre pessoas que, supostamente, representam o eleitorado que os elegeu.

O abandono da reunião por parte do Prof Rogério Duarte, vereador, ficando a oposição representada apenas pelo Prof Adriano Azevedo, retira legitimidade democrática às decisões que foram tomadas a seguir no período destinado à Ordem do Dia, uma vez que uma parte significativa do eleitorado não esteve representado.

Se não do ponto de vista formal, do ponto de vista da ética republicana e democrática, a democracia saiu ferida!

O episódio, pouco dignificante para todos os envolvidos, mas sobretudo para Vitor Figueiredo que tem de conduzir os trabalhos, acabou com a decisão do Presidente da Câmara de que as próximas reuniões teriam início mais cedo, mesmo sabendo que, dessa forma, o vereador Rogério Duarte, não poderá estar presente.

Uma decisão como esta, marcadamente de vingança pessoal contra um vereador legitimamente eleito, é uma afronta e uma enorme falta de respeito para com uma parte significativa do eleitorado em São Pedro do Sul.

O meu primo Abílio nestas “coisas da política”, como ele costuma dizer, não se mete. Mas não cansa de dizer que “Chá” é uma coisa que vem do berço!

NOTA FINAL:

A propósito de Passos Coelho e sobre o facto de ter pago uma dívida já prescrita, à Segurança Social, muito se tem escrito. A mim apetece-me dizer que há pessoas com uma moral para si próprio e outra para aplicar aos outros. Certamente nestas estarão muitas que não hesitam em apontar o dedo a Passos Coelho, pedindo chicotadas na praça pública e enforcamento no pelourinho, mas que no dia seguinte estão à porta da cadeia de Évora com manifestações de apoio ao prisioneiro da cela 44.

Quando soube que Sócrates, da prisão, escreveu aos jornais criticando Passos Coelho, pedindo-lhe explicações da sua vida contributiva e acusando-o de estar próximo da miséria moral, fiquei entre o riso e o choro. Dilema do qual ainda não sai!

Fiquem bem!

 Redação Gazeta da Beira