João Gralheiro

Portugal um país dividido ao meio

As eleições para a Assembleia da República já foram.

Somos hoje invadidos pelo ruído das interpretações aos resultados obtidos e das consequências político-partidárias que deles derivam para as soluções governativas.

Independentemente da bondade dos argumentos que vemos ser esgrimidos, uma realidade é insofismável: estas eleições vieram demonstrar que Portugal é um país dividido ao meio, entre os que votaram e os que não o fizeram; entre os que votaram nos partidos integrantes de cada uma das duas grandes famílias políticas; entre o sul e o norte.

Seja qual for a solução governativa que derive desta nova distribuição de deputados na AR, ela refletirá sempre esta fratura estrutural da sociedade portuguesa.

O atual inquilino do Palácio de Belém atua como o militante do partido dele contra todos os demais portugueses.

Portugal vive um estado de esquizofrenia catatónica, nada adequado para superar os desafios que se nos imporão nos tempos que aí veem.

Impõem-se trazer para o palco da política novos atores, que sejam capazes de representar todos os portugueses e de com eles construir compromissos históricos que não excluam ninguém. Atores sem preconceitos e sem tabus, que não estejam reféns de interesses particulares ou de lógicas partidárias, que sejam capazes de acolher e de apoiar as alianças necessárias à estabilidade governativa.

Está a chegar o tempo das Presidenciais.

Percamos o medo, valorizemos a presença cívica e política, inscrevendo a história de cada um de nós no destino de todos, elegendo para Presidente da República quem se reveja nos princípios e valores consagrados na Constituição da República Portuguesa, em nome de uma pátria de oportunidades, de justiça e de liberdade, de uma ideia de futuro para Portugal. Um Presidente presente e de causas.Redação Gazeta da Beira

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