Francisco Queirós

Depois do Brexit uma vitória de Trump? O mundo está muito Estranho, mal Frequentado e Perigoso de facto!

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Donald Trump foi oficialmente nomeado candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos. Tal como fez com o “Brexit”, a imprensa “bem-pensante” já o condenou à derrota, mas as sondagens – que costumam tirar pontos aos candidatos menos “politicamente correctos” – apontam para o contrário.

Cuidado, muito cuidado com previsões próprias assentes em preconceitos ideológicos e não na aplicação da Estatística enquanto ciência de uma forma séria e rigorosa! Os disparates que as Sondagens nos evidenciam nos mais diversos lugares (RU, Espanha, etc.) parecem provir de quem ou é conduzido por má fé ou desconhece a elementar diferença entre Média e Mediana ou Desvio Médio vs Desvio Padrão e completa o ramalhete não sabendo que o Desvio Padrão é a raiz quadrada da Variância. E supostamente também não sabe proceder a uma qualificada representatividade da Amostra…

“Eu sou a vossa voz” – proclamou Donald Trump no discurso com que aceitou oficialmente ser o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos da América. A imprensa dita de “referência”, bem como incontáveis “especialistas”, não concordam.

A derrota de Trump é dada como absolutamente certa a vários meses do dia 8 de Novembro de 2016, o dia da eleição. No entanto, é impossível não sentir um sentimento de “dejá vu” quando pensamos no referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia. Devido ao ambiente social carregado e antidemocrático imposto pela esquerda, as sondagens têm acumulado erros monumentais em todo o mundo ocidental. No entanto, mesmo analisando-as com o devido cuidado, chegamos à conclusão que ainda não é certo quem será o novo inquilino da Casa Branca. Em três sondagens lançadas a nível nacional no dia 21 deste mês, Clinton vencia uma, Trump vencia a outra, e a terceira dava um empate. No entanto, mesmo que a precisão das sondagens esteja em causa, a tendência que todas apontam é clara: Donald Trump tem vindo a diminuir a distância em relação à sua adversária. A última Sondagem Nacional dá-lhe, pela primeira vez uma vantagem não negligenciável!

Há, no entanto, uma questão em que todas as sondagens apresentam o mesmo resultado: a opinião do público americano sobre se o país se encontra “no rumo certo” ou “no rumo errado”. Quase 70 por cento dos americanos consideram que o seu país está em mau estado, e isso pode ser a razão pela qual Trump ainda pode sonhar com a presidência. Neste cenário o populismo e a demagogia costumam colher importantes trunfos!

 

 

Os Esquecidos,

 

Apesar de todo o esforço para ridicularizar o candidato republicano, o certo é que quando se analisam as alegações do seu discurso final, é possível aferir que Trump não estava a mentir em muitos dos argumentos mais bombásticos.

“Os rendimentos das famílias desceram mais de 4 mil dólares desde o ano 2000”, afirmou Trump; e o número veio a confirmar-se verdadeiro. Ao contrário do que vem a ser promovido na imprensa portuguesa (numa distorção que já se verificou no processo do Brexit), muitos dos possíveis eleitores de Donald Trump não são racistas, xenófobos, ignorantes, estúpidos, etc. Antes são homens e mulheres de família que perderam os seus empregos durante décadas de deslocalização de fábricas para países onde a mão-de-obra é semiescrava (para não dizer escrava de todo), e com os quais o Ocidente mantém relações de comércio livre que apenas parecem favorecer as elites.

O Capital não tem pátria! Por isso a General Motors vende hoje Buicks (viaturas de médio luxo) nos EUA fabricadas pelas “formiguinhas escravas” na China! E vai abrir por lá uma Fábrica destina à produção de luxuosos e exclusivos Cadillac’s. O trabalhador americano condenado ao desemprego e a condições de vida precárias tem de se contentar com Chevrolet “made in South Korea” porque mais uma Fábrica fechou nos EUA… pois assim o discurso de Trump, a desgraçada desunião dos Democratas (os 1900 delegados de Sanders recusam apoiar Clinton: podem dizer que sim, mas no terreno não o farão!), a questão dos e@mails e a perceção generalizada de que Clinton é fria, distante e até arrogante, podem colocar Trump na Casa Branca contra tudo e contra todos. A ver vamos…Redação Gazeta da Beira

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