“Eu aprendo com cada patologia, com cada pessoa, que não devemos desistir e trabalhar, mesmo que a situação seja muito grave“

Paulo Alexandre Santos Loureiro Moura, Osteopata e Coach Profissional

A rubrica “Gente Que Ousa Fazer“ será assente numa entrevista a alguém que tenha algo válido no seu percurso de vida. Gente que sabe o que quer e, acima de tudo, que luta por aquilo que quer. As entrevistas serão sempre encaminhadas de forma a mostrar o lado melhor que há em cada um de nós e, dentro do possível, ousar surpreender o leitor. Serão entrevistas com a marca das nossas gentes, da região Viseu Dão Lafões, de todos os quadrantes e faixas etárias. Vamos a isso!

• Paula Jorge

Ficha Biográfica

Nome: Paulo Alexandre Santos Loureiro Moura

Idade: 47

Profissão: Osteopata e Coach Profissional

Livro preferido: “Como usar o poder da mente para ultrapassar o medo e a ansiedade” de Joseph Murphy

Personalidade que admira: Madre Teresa de Calcutá, o meu pai e o meu avô

 

Paula Jorge (PJ) – Muito obrigada, Paulo Moura, por mostrar disponibilidade para esta entrevista da rubrica “Gente Que Ousa Fazer”. A osteopatia é uma prática de medicina alternativa que consiste na utilização de técnicas de mobilização e manipulação articular, bem como de tecidos moles. A validade da osteopatia é tão concreta que é recomendada e incentivada pela Organização Mundial de Saúde como prática de saúde. Comecemos pelo princípio. Há quantos anos pratica a osteopatia?

Paulo Moura (PM) – Pratico a osteopatia desde 1998.

 

PJ – Que formação adquiriu para poder exercer a osteopatia?

PM – Inicialmente tirei o curso de osteopata no Instituto de Terapia Manual. Depois, no Instituto de Técnicas de Saúde.

 

PJ – Quem procura os serviços de um osteopata?

PM – Não há um público específico. Há um público que varia desde bebés, crianças, adolescentes, adultos e idosos, passando pelas grávidas e atletas. Acima de tudo, são pessoas com problemas a nível estrutural e muscular, desde entorses, lombalgias, ciáticas, problemas a nível lombar, como hérnias discais, tendinites, entre outras.

PJ – Que resultados as pessoas procuram obter com o osteopata, uma vez que existe a medicina tradicional?

PM – Penso que as pessoas acabam por estar um pouco saturadas da medicação e recorrem ao osteopata, porque criam uma relação de confiança. O osteopata, ao libertar no paciente as imensas tensões do seu corpo, leva o paciente a procurar, ele próprio, a sua auto-cura.

 

PJ – Qual o sentimento que o domina quando está no terreno ao serviço do tratamento do outro?

PM – O sentimento de plena paixão por aquilo que faço e, acima de tudo, proporcionar ao outro um enorme bem-estar e uma maior qualidade de vida.

 

PJ – O que é que ser osteopata mudou em si, enquanto pessoa?

PM – Apenas cimentou a pessoa que eu já era. Deu-me a oportunidade de trabalhar na área que eu sempre quis trabalhar, ajudando as outras pessoas. Eu tive uma educação onde os valores principais eram ajudar o próximo e olhar para a vida com simplicidade e orgulho e sermos hoje melhor do que ontem, por isso, ser osteopata apenas consolidou tudo o que aprendi.

 

PJ – Muitas histórias terá guardadas, quer partilhar connosco aquela que mais o marcou no seu percurso de osteopata?

PM – Estou a lembrar-me de uma história, talvez não seja a que mais me marcou, mas foi muito importante. Um atleta que tinha imensas roturas musculares a nível da parte posterior da coxa. Já tinha recorrido a vários tratamentos, a profissionais de saúde e nunca conseguiu corrigir essa lesão de forma definitiva. Ao início, quando comecei o seu tratamento, eu próprio pensei em diversas origens. Com a correção estrutural que lhe fui fazendo, comecei a perceber que tinha um problema estrutural de perna curta. A intensidade dos tratamentos que lhe fui aplicando fez com que hoje seja um atleta mais estável a nível físico. A par deste tratamento, outro fator importante para a recuperação foi ao nível psicológico. O atleta, quando se lesiona, quer jogar o mais rápido possível e temos de ser o pai, o coach motivacional, o amigo, a fim de o motivar para que a recuperação seja feita com tempo e espaço para atingir o objetivo final.

 

PJ – Que lições tirou desta experiência?

PM – Temos de continuar a aprender cada vez mais, com estudo, com leituras, com experiências. Eu aprendo com cada patologia, com cada pessoa, que não devemos desistir e trabalhar, mesmo que a situação seja muito grave.

 

PJ – Tem algum ritual que faça quando está ao serviço da osteopatia?

PM – Antes de qualquer tratamento de osteopatia, peço sempre a Deus para que seja tudo feito à sua vontade e não à minha.

 

PJ – Acredita que a sociedade dá a devida importância a esta medicina alternativa?

PM – Acredito que sim. Eu não chamaria medicina alternativa, mas complementar, apesar de ainda não ter o devido reconhecimento por parte da classe médica. Não há uma medicina única que cure tudo, todas são úteis.

PJ – Tem no seu currículo diversas viagens espirituais à Índia, Marrocos, Indonésia, entre outros locais. Quer dizer-nos o que traz dessas experiências?

PM – Ao chegar a diversos países, consigo perceber que, com tão pouco, as pessoas têm uma felicidade que não está estampada no rosto, mas no seu coração. Gosto de perceber o modo de vida das pessoas, a sua cultura, e consigo captar que há no seu fundo uma fé que não se consegue explicar. Aproveito também para tirar formação ao nível do autoconhecimento nesses mesmos países. O que trago? Trago uma maior disponibilidade para ouvir e ajudar todos aqueles que me procuram, agradecer mais e reclamar menos. Trago um coração cheio de amor para dar a todos os que estão na minha vida e agradeço a Deus pelas oportunidades que me rem dado.

PJ – O coaching é a outra área profissional a que se dedica. Quer explicar-nos o que é o coaching?

PM – O coching é um processo que permite elevar a performance de uma pessoa ou de um grupo, aumentando os resultados positivos, através de técnicas cientificamente validadas. Com o coaching é possível endender que nós pensamos, sentimos, reagimos, aprendemos, mudamos e evoluímos. O foco das estratégias do coaching é o aprofundamento da autoconsciência do próprio indivíduo.

PJ – Que conselhos deixa aos nossos leitores em nome de uma boa saúde física e mental?

PM – Além de uma boa alimentação e de uma prática desportiva regular, um dos conselhos que posso deixar é gostar mais de si próprio. Devemos estar atentos aos sinais do corpo e não ter medo de procurar ajuda. O grande problema da nossa sociedade é, muitas vezes, estarmos rodeados de muita gente e sentirmo-nos sós: converse mais, dialogue com amigos, familiares, ou profissionais na área da saúde. Não tenha medo de dizer o que lhe vai na alma, pois só desta forma se consegue libertar completamente. Para além disto, é importante mimar-se, investir em si próprio, seja numa formação, seja numa viagem, seja numa saída com amigos, ou até mesmo em termos materiais, comprar aquelas calças que tanto desejava.

 

PJ – Além da osteopatia e do coaching, que outras paixões nutre, que o completam enquanto pessoa?

PM – Para além da paixão que nutro pelos meus filhos e por viajar, adoro o futebol. Aliás, colaboro, na área da reabilitação, com uma equipa de futebol do campeonato distrital de Viseu, o Clube de Ferreira de Aves.

 

PJ – Imagine a sua vida sem a osteopatia e o coaching, como seria?

PM– Se não estivesse envolvido com a osteopatia e o coaching, estaria certamente na área do desporto. O que eu acho é que se não houver comprometimento naquilo que fazemos, o resultado final será sempre pobre. É importante a paixão, a entrega e a dedicação à causa que abraçamos na vida.

 

PJ – Apenas numa palavra, pode descrever-se?

PM – Insaciável.

 

PJ – Para fechar esta entrevista, o que me diz o seu coração?

PM — Sou uma pessoa muito alegre. Gosto de rir e de fazer rir os outros e, acima de tudo, respeitar os outros. A vida é uma dádiva de Deus, por isso devemos dignificá-la.

 

PJ – Quero, em meu nome pessoal e em nome da Gazeta da Beira, dizer-lhe que foi uma enorme honra, Paulo Moura! Desejo-lhe a continuação de um excelente trabalho e MUITO OBRIGADA!

Peço-lhe que deixe uma mensagem breve a todos os nossos leitores.

PM – Quero agradecer a oportunidade que me foi dada pela Gazeta da Beira para divulgar estas duas áreas profissionais, a osteopatia e o coaching. Aproveito para saudar todos os leitores, desejar um bom ano e façam tudo o que estiver ao vosso alcance para tornar a vida mais bela e feliz.

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