Entrevista a Rui Pedro Mendes Figueiredo

“Gente Que Ousa Fazer”

• Paula Jorge

A rubrica “Gente Que Ousa Fazer” será assente numa entrevista a alguém que tenha algo válido no seu percurso de vida. Gente que sabe o que quer e, acima de tudo, que luta por aquilo que quer. As entrevistas serão sempre encaminhadas de forma a mostrar o lado melhor que há em cada um de nós e, dentro do possível, ousar surpreender o leitor. Serão entrevistas com a marca das nossas gentes, da região Viseu Dão Lafões, de todos os quadrantes e faixas etárias. Vamos a isso!

 

Ficha Biográfica

Nome: Rui Pedro Mendes Figueiredo

Idade: 34

Profissão: Empresário, Instrutor de Condução e Modelo Profissional

Livro preferido: “Pense e fique rico” de Napoleon Hill

Destino de sonho: Las Vegas, cidade no estado americano de Nevada

Personalidade que admira: Barack Obama

 

Paula Jorge (PJ) – Muito obrigada, Rui Figueiredo, por mostrar disponibilidade para esta entrevista da rubrica “Gente Que Ousa Fazer”. É empresário e instrutor da condução, mas o objetivo desta entrevista é sobre o mundo da moda. Comecemos pelo princípio. Há quantos anos se iniciou no mundo da moda e como aconteceu?

Rui Pedro Mendes Figueiredo (RPMF) – Desde os 15 anos comecei por ser solicitado para desfilar a título regional na promoção de lojas do comércio local de onde sou natural, Oliveira do Hospital. Esta é a minha primeira abordagem que começa por me desenvolver o bichinho da moda. Entretanto, por pressão de amigos e de gente da área, comecei por perceber que podia ter algo mais sério neste mundo. Levo então a questão mais a peito e inscrevo-me no Concurso Mister Euro Portugal, onde alcancei o título de Mister Euro Portugal. A partir daí, há uma agência que me aborda e me contrata, a qual mantenho vínculo relativamente a anúncios comerciais de televisão, publicidade, passerelle e fotografia. Sou, também, cara de marcas multinacionais, ou seja, os meus patrocinadores oficiais ao nível do cabelo é a “Goldwell”, ao nível de óptica é “Conselheiros da Visão”, ao nível do calçado, marcas como “F17”e “Zolf” e ao nível do vestuário, marcas como “Penhalta”, “Nuno Gama” e “ICWear”.

 

PJ – O Rui Figueiredo desfila na Moda Lisboa, Portugal Fashion, Tibaes Fashion, Concept Design, entre outros grandiosos eventos do mundo da moda. Tem noção que este é um desejo de milhares de jovens? Como é que se sente neste seu papel?

RPMF – Sinto-me completamente regozijado pelo percurso que tive até agora. Aconselho os jovens a nunca desistirem dos seus objetivos. É, acima de tudo, uma questão de atitude. O que distingue um bom modelo é a atitude em passerelle, a atitude com que se aborda a situação, a dedicação, o profissionalismo e a performance.

 

PJ – Qual o sentimento que o domina quando está ao serviço de grandes marcas como NUNO GAMA, VICRI, NELSON LISBOA, KILUMBA, entre outras?

RPMF – É uma sensação única. É sentires-te no auge. É uma pressão positiva que nos engrandece, é o premiar de todo um trabalho desenvolvido. Desfilar para estas grandes marcas provoca uma sensação de teres atingido o patamar máximo, é o palco final de muitas e sucessivas etapas.

 

PJ – Pode referir-nos um dos desfiles que mais prazer lhe deu fazer e porquê?

RPMF – Foi o Moda Lisboa 2017, pelo estilista Nuno Gama. Durante estes anos todos consegui estar com praticamente todos amigos da área, amigos pessoais que também são meus colegas.

 

PJ – Foi vencedor do concurso Mister Euro Portugal 2014. Como foi esta experiência e que portas lhe abriu?

RPMF – Essa experiência foi, no fundo, a alavancagem para algo muito mais profissional, porque a partir do momento em que ganhas projeção, a nível nacional, todas as agências, todos os profissionais ficam de olhos postos em nós. A partir daí ficas muito mais exposto e, claro, começam a surgir novos contratos, novas propostas de trabalho. Isto tudo é a parte final de todo o trabalho desenvolvido. É o chegar, de forma profissional, aos patamares com maior credibilidade nacional.

 

PJ – Já realizou anúncios televisivos para a SUPER BOCK, MILLENIUM, BCP, SALSA, entre outros. Quer falar-nos destas importantes vivências?

RPMF – Estas vivências fazem-nos crescer enquanto profissionais, porque todas elas são muito específicas. Cada etapa até chegar ao anúncio final são super interessantes e motivadoras pelo cariz de versatilidade que exige por parte de cada profissional da área. Isto porque cada anúncio tem uma especificidade diferente. Todas as ideias são diferentes, todos os objetivos propostos são diferentes e isto faz de nós pessoas versáteis, pessoas dedicadas e é esse estímulo que nos faz querer mais, trabalhar mais e procurar mais trabalhos deste género.

 

PJ – Muitas histórias terá guardadas, quer partilhar connosco aquela que mais o marcou no seu percurso de modelo?

RPMF – Essa é uma pergunta super difícil, porque todas as experiências são, para mim, marcantes. Era injusto eu estar a especificar uma situação que eu possa considerar mais importante do que outras. Para mim são todas importantes. Eu aplico-me de igual maneira em qualquer tipo de trabalho para o qual sou solicitado, por isso são todas especiais. Eu vivo-as com a mesma intensidade, eu aplico-as com a mesma vontade, por isso não há nada que se sobreponha a uma situação anterior. Eu dou o meu melhor e tento fazer com que aquele momento seja o melhor. Espero estar à altura daquilo que me foi solicitado, por isso não há uma melhor do que outra.

 

PJ – Que lições tira destas marcantes experiências?

RPMF – Destas experiências eu tiro uma lição extremamente importante que é a lição que eu quero passar às pessoas que me seguem e que gostam do meu trabalho no mundo da moda: se nós nos aplicarmos de modo profissional a todas as solicitações, não tem como correr mal; se nós dermos o nosso melhor, vamos ser sempre parabenizados, porque não há mais nada a fazer. Se demos o melhor, nada mais podemos fazer. Eu acho que se nos aplicarmos com atitude, com profissionalismo, tem tudo para correr sempre bem. É isso que eu tento desenvolver em mim, ser sempre melhor do que no dia anterior e dar o meu máximo em todas as solicitações.

 

PJ – Trabalha para a MODELS FACTORY. Estas agências impõem algum tipo de exigência aos seus modelos?

RPMF – Sim, a agência é o ponto de ligação entre o modelo e o cliente. No fundo é a nossa entidade empregadora e essa agência é que nos dá o trabalho. Claro está que há exigências! Se nos dão trabalho têm de ter exigências, exigências essas que são negociadas por cada profissional da área e cada contrato está alinhavado. Cada modelo tem o seu contrato. Há modelos com contrato sem exclusividade, há modelos com contrato com exclusividade.

 

PJ – Tem algum ritual que faça antes de cada desfile ou sessão fotográfica?

RPMF – Por acaso não! Normalmente, não é um ritual, mas uma questão pessoal, eu tenho por hábito fazer com os mais novos, pois felizmente já tenho alguma idade e cada vez mais cruzo-me com pessoas mais novas, que estão a iniciar-se na área, tenho então por hábito, por respeito e cortesia, dar uma “forcinha” àqueles que são mais novos, tenho por hábito “bater cinco”, como se costuma dizer, antes deles entrarem para estarem mais descontraídos e não estarem tão nervosos. Quando eu era mais novo também me faziam isso e era aquela moral suficiente para eu entrar mais calmo e mais tranquilo. Aqueles dois minutos em passerelle, pode parecer básico, mas aquilo mexe emocionalmente com cada pessoa que está a desfilar e aquela mãozinha das pessoas mais velhas e experientes dá um conforto que é muito importante.

 

PJ – Sendo um modelo que representa algumas marcas multinacionais, tem viajado, certamente, pelo mundo fora ao serviço da sua função. Quer dizer-nos o país que mais o marcou?

RPMF – Em relação à área da moda Milão/Itália. É uma cidade que vive essencialmente da moda, os desfiles mais conceituados do mundo são feitos lá e, na área da moda, Milão é uma das cidades mais marcantes.

 

PJ – Que conselhos daria aos nossos jovens leitores que pretendem seguir os seus passos no mundo da moda?

RPMF – Acreditar sempre! Humildade, dedicação e profissionalismo!

 

PJ – Que cuidados tem no seu dia-a-dia para ter esse aspeto fantástico?

RPMF – Não tenho muitos! Devia ter mais, mas vou melhorar. Tenho algum cuidado em praticar exercício físico quase regularmente e uma alimentação cuidada.

 

PJ – Além do mundo da moda, que outras paixões nutre, que o completam enquanto pessoa?

RPMF – Eu amo viajar, gosto de conhecer novas pessoas, novas culturas, gosto de desporto, de futebol, gosto de carros, de velocidade, gosto de tudo o que tenha motor. Se tiver motor e um acelerador é tudo o que gosto! Gosto de atividade constante!

 

PJ – Imagine a sua vida sem o mundo da moda, como seria?

RPMF – Seria nas outras áreas que eu abraço também. O mundo da moda acaba e acabará um dia, mas eu não deixarei de acompanhar, não deixarei de dar uma palavra de motivação aos mais novos que efetivamente têm capacidade para singrar. Mas, sim, tenho os meus outros projetos e empresas. Sou um empreendedor nato, gosto de criar. Não gosto de me ficar por uma só área. Tenho também a minha empresa Docereal que abraço de alma e coração.

PJ – Apenas numa palavra, pode descrever-se?

RPMF – Versátil.

 

PJ – Para fechar esta entrevista, o que me diz o seu coração?

RPMF – Se formos verdadeiros uns com os outros, isso vai-se retribuir naturalmente. Dou o meu melhor a todos, aqueles que me envolvem e cercam, não crio grandes expectativas daquilo que eu possa receber. Dar sem querer receber de forma obrigatória.

 

PJ – Quero, em meu nome pessoal e em nome da Gazeta da Beira, dizer-lhe que foi uma enorme honra, Rui Figueiredo! Desejo-lhe a continuação de um excelente trabalho, muito sucesso e MUITO OBRIGADA!

Peço-lhe que deixe uma mensagem breve a todos os nossos leitores.

RPMF – É para mim também uma honra poder mostrar um bocadinho da minha pessoa, algo mais pessoal. Estou bastante grato pelo convite. Quero mesmo que estes jornais regionais não percam esta essência de chegar perto das pessoas e chegar a todos os leitores. Acho que devem continuar a apoiar estes jornais e não os deixar cair. Pela minha parte, muito obrigada ao jornal Gazeta da Beira!

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