Em Foco 839

Intempérie agravou mau estado e perigosidade da EN 228 em Vouzela – para quando obras de fundo?

As chuvas prolongadas dos últimos dias levaram à ocorrência de novos deslizamentos na Estrada Nacional 228, na zona de Vouzela, três anos passados sobre a passagem da tempestade Elsa que levou ao encerramento durante largo período, cerca de um ano, daquela via.

Desde essa altura que a estrada continua à espera de obras de fundo, apresentando vários perigos para os automobilistas que nela circulam. Para além das constantes quedas de pedras, há duas zonas no traçado em que só se circula num sentido, obrigando os automóveis a parar sempre que dois veículos se encontram na faixa de rodagem. Nestes locais, os taludes cederam e ainda não foram arranjados.

A Infraestruturas de Portugal (IP) chegou a fazer pequenas obras, mas a consolidação das vertentes e o arranjo da estrada continua à espera, suscitando esta situação fortes preocupações da Câmara de Vouzela e dos habitantes das povoações servidas por aquela rodovia.

Na passada segunda-feira voltaram a ocorrer deslizamentos nos taludes que marginam a estrada. O presidente da Câmara de Vouzela, Rui Ladeira, não esconde a preocupação e a revolta perante o estado do caminho, adiantando que notificou a IP para serem colocadas barreiras de segurança nas zonas mais inseguras e em que podem ocorrer novos deslizamentos de terras.

Em declarações para o “Jornal do Centro”, Rui Ladeira refere que “a estrada ainda não sofreu obras e a situação é dramática porque há um relatório das Infraestruturas de Portugal (IP) de março de 2021 a demonstrar a preocupação com de 20 pontos críticos que precisavam de ser intervencionados no prazo máximo de um ano”, refere.

O autarca salienta que “são técnicos da IP que dizer que a instabilidade é significativa e que é preciso intervir urgentemente e a obra ainda nem começou” e considera que a intervenção até já devia estar no terreno há pelo menos um ano. A IP lançou um concurso público de cerca de três milhões de euros para fazer uma intervenção na via. O projeto já foi adjudicado, mas ainda não recebeu o visto do Tribunal de Contas.

“Só agora estão a avançar com as expropriações dos terrenos, o que devia ter sido feito antes. Isto quer dizer que nos próximos meses a obra não vai avançar e se não vai avançar quem é que assume as responsabilidades se houver ali um acidente grave?”, questiona, acrescentando não acreditar que o Governo esteja a bloquear o arranque dos trabalhos.

Rui Ladeira anunciou que que já pediu por duas vezes uma audiência urgente com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, mas até ao momento não recebeu qualquer resposta por parte do Ministério.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *