EDITORIAL 737

Acabar com as portagens na A25 é repor justiça

Acabar com as portagens na A25 é repor justiça

Os grandes fogos florestais do último Verão e Outono continuam a fazer vítimas. As vedações das autoestradas, que são essências à segurança de quem por elas viaja, foram destruídas em muitos troços, e muitas delas ainda não foram repostas. É o caso da A25, onde ocorreu um acidente grave no passado dia 22 fevereiro 2018.

Cabe à empresa concessionária, que no caso da A25 é a ASCENDI, garantir a circulação das pessoas em segurança, nomeadamente no que concerne ao perigo que constitui a circulação de animais.

Os incêndios foram em Outubro de 2017 e o acidente que referimos foi em Fevereiro de 2018, cerca de 4 meses depois. A concessionária não assumiu responsabilidades nas causas que conduziram ao acidente.

Em última análise caberia ao Governo zelar pela segurança das pessoas e exigir às concessionárias o cumprimento da lei.

Desconhece-se que medidas tomou o Governo para garantir que as concessionárias reponham com urgência as condições de segurança e conforto nas autoestradas portuguesas e, enquanto não forem integralmente repostas as vedações destruídas ou danificadas, que ações determina que sejam adotadas pelas concessionárias de modo a minimizar os riscos de acidente.

Importa conhecer respostas rápidas do Governo. Além das vedações, em muitas rodovias estão as bermas por limpar. Afinal o Governo que tudo exige aos proprietários florestais, na sua grande maioria micro e pequenos, descapitalizados, e que só a prejuízo vão gerindo os territórios, quase os tratando por criminosos, revela-se incapaz de exigir parece incapaz de impor o cumprimento da lei aos poderosos.

É o momento de voltar a falar da tremenda injustiça que significa cobrar portagens na A25.

Além das receitas das portagens não servirem para fazer a manutenção desta via, como se está a verificar, constituem um entrave à economia das regiões que atravessa, principalmente das pessoas que por razões de trabalho por ali são obrigadas a circular diariamente.

A alternativa à A25 é a velha Estrada Nacional 16. Esta estrada proporciona-nos uma viagem fantástica, através de um belo percurso de curvas e contracurvas, ladeado por bonitos exemplares de árvores autóctones que atravessa aldeias ainda com vida. É seguramente um excelente percurso turístico e todas as estações do ano. O arvoredo mudo de cor, amarelo avermelhado no outono, várias tonalidades de verde na primavera e muita sombra no verão. Nada melhor. Mas não para viajar diariamente para o trabalho. Portanto, N16 não é alternativa à A25. Que se acabem com as Portagens que afinal só servem para encher os bolsos das ASCENDIs deste país.

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