“Conversas à Mesa” querem reabilitar o diálogo, do ponto de encontro e da reflexão

Ciclo de Tertúlias em Vouzela

Ed644_tertulia-VzlAs últimas sextas-feiras de cada mês, em Vouzela, têm, agora, mais encanto. A razão é um ciclo de tertúlias que se iniciou no Café Rocha, no passado dia 29 de Novembro, intitulado “Conversas à Mesa”. Esta que é uma iniciativa do Agrupamento de Escolas de Vouzela, em parceria com a Associação D. Duarte de Almeida, procura reabilitar os valores do diálogo, do ponto de encontro e da reflexão, perdidos com o tempo e atraiçoados pelas novas tecnologias.

A proposta surgiu do Padre José Marcelino, depois de este verificar, como conta Raquel Ferreira, directora do Agrupamento de Escolas de Vouzela e uma das organizadoras, “o desiderato existente nesta vila no que se refere a existência de momentos de troca de opiniões sobre temas do interesse comunitário e de convívio”. As duas associações envolvidas, “comungando da mesma opinião, lançaram o repto aos Vouzelenses/Lafonenes”.

A primeira iniciativa, segundo Raquel Ferreira, que moderou esta primeira tertúlia, foi muito bem conseguida. O tema que estava “em cima da mesa” era  “Vouzela do século XX” e reuniu à mesa, os vouzelenses Telmo Teixeira de Figueiredo e António Liz Dias que partilharam com a plateia as suas  memórias e as suas experiências de vida.

O Café Rocha esteve cheio e as pessoas que iam entrando, iam sendo apanhadas de surpresa por um cenário tão distinto. Uma surpresa boa, uma vez que, como relata Raquel Ferreira, “quem ia entrando, ficava interessado e ia participando”.  Como adianta a organização, “o palco” destas iniciativas vai ser sempre um espaço público, deste género, uma vez que, um dos objectivos destas “Conversas à Mesa” é repor uma realidade que o tempo, a televisão e a internet esmoreceu. Uma realidade em que “os cafés, as farmácias eram pontos de encontro obrigatórios, nos quais, a população convivia e reflectia sobre os diversos temas da sociedade”. Além do que, como acrescenta, é uma forma de dinamizar estes espaços que por norma, não têm animação.

Estas Tertúlias vão ainda ter associados outros elementos culturais que procuram “adocicar” este encontros informais. Nesta primeira edição as honras couberam a António Alexandrino Matos e Ângela Carvalhais que, como conta Raquel Ferreira, “ brindaram os participantes com momentos musicais e de poesia”.

Se no primeiro evento o objectivo foi recuar ao passado, no segundo os olhos vão estar postos no futuro. Tendo em conta que muitos jovens regressam a Vouzela para passar o Natal, o tema central do próximo dia 27 de Dezembro, vai ser  “Jovens Vouzelenses – os que saem e os que ficam”.

Estas iniciativas vão prolongar-se até haver tema, interesse e disponibilidade. Avaliando pelo sucesso da primeira tertúlia que, como refere Raquel Ferreira, “atingiu plenamente os seus propósitos”, os organizadores ponderam, no futuro, compilar estas tertúlias numa edição escrita.

• Patrícia Fernandes

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