Caminhada “Rota das Alminhas”

• Texto de Mário Silva

Numa organização da Liga dos Amigos e dos Naturais de Couto de Esteves (LANCE), que contou com o apoio da Câmara Municipal de Sever do Vouga e da Junta de Freguesia de Couto de Esteves, decorreu no pretérito dia 8 de abril uma caminhada temática crismada de “Rota das Alminhas”.

Aproveitando a temperatura estival que se fazia sentir, e tendo como ponto de partida a Casa da Cultura (antigos Paços do Concelho de Couto de Esteves), os mais de 50 caminheiros, orientados pelo professor Mário Silva, tiveram oportunidade de conhecer 21 das 69 alminhas existentes na paróquia de Couto de Esteves, de longe a freguesia com mais alminhas em todo o concelho, bem como de perceber que na origem das mesmas está o movimento da Contra-Reforma (séc. XVI) e a crença que após a breve passagem pela vida terrena, a alma para poder aspirar à perpétua felicidade, com a chegada ao céu, teria de passar pelo purgatório, lugar onde, segundo o cristianismo, se purificam as almas, expiando os seus pecados por meio de uma penitência, até que S. Miguel dite a sentença, e anjos acólitos auxiliem as mesmas a ascender ao céu.

Saindo, como atrás referimos, do largo fronteiro à Casa da Cultura, o grupo passou pela rua das Oliveiras (alminhas da Afundada), rua do Pelourinho (alminhas da Fonte da Laja), rua da Cooperativa (alminhas da Cooperativa), rua da Acimada (alminhas da Acimada), Cimo do Vale (alminhas do Cimo do Vale), Chorios, Calvário (alminhas do Calvário), travessa do Calvário, rua do Casal (alminhas da Quinta da Espinheirinha), Covais (alminhas dos Covais I e II), Cruz das Almas, rua da Alinhada (alminhas da Alinhada e das Tapadas I), rua das Tapadas (alminhas das Tapadas II), rua da Portelada, rua da Senhora da Boa Morte, travessa da Magnólia, rua Velha, rua do Laranjal (alminhas do Portal do Pinheiro e da Portelada I), rua das Oliveiras (alminhas da Portelada II), rua do Canastro (alminhas da Portelada III), rua do Cabo (alminhas do sítio do Cabo, da Quinta do Santiago e de Souto de Amendes), travessa do Vale da Mó, e rua da Alfândega (alminhas da Alfândega e Cruz de Homem Morto).

Após a tão ansiada, como merecida, “viagem” pela gastronomia local, no conceituado restaurante “O Júnior”, o salão nobre da Casa da Cultura acolheu todos aqueles que quiseram participar numa interessantíssima palestra sobre “Crendices e Superstições”. Durante mais de uma hora e em ambiente de verdadeira tertúlia, o Dr. António Henriques Tavares, proeminente professor e historiador do nosso concelho, conduziu as quase três dezenas de participantes pelo misterioso e fascinante mundo das crendices e superstições que povoaram (e ainda povoam) o quotidiano das nossas gentes.

Por fim, uma última palavra para parabenizar a LANCE, na pessoa do seu incansável presidente Dr. Manuel Sereijo Silva, pelo magnífico trabalho que tem desenvolvido quer na defesa, quer na promoção do património cultural e natural das Terras de Santo Estêvão.

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