Biblioteca Municipal organizou um debate sobre a Eutanásia
A Biblioteca Municipal organizou, no passado dia 22 de junho, um debate sobre a Eutanásia, no auditório da mesma.
Com o auditório cheio, o Presidente da Câmara Municipal, Paulo Ferreira, e a Vereadora da Cultura, Clara Vieira saudaram todos os presentes e agradeceram especialmente aos membros da mesa. Salientaram, ainda, a importância deste tema, desejando que fosse elucidativo.
Os oradores intervenientes foram: Margarida Correia (Juiz de Direito da Comarca de Aveiro), António Grade (Médico e Diretor Executivo do Agrupamento dos Centros de
Saúde da Região Dão Lafões), Walter Osswald (Professor Catedrático aposentado da Faculdade de Medicina do Porto e membro do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa) e D. Ilídio Leandro (Bispo da Diocese de Viseu).
Manuel Tojal, moderador do debate, fez uma breve apresentação dos oradores e do tema que estes iriam abordar.
Margarida Correia falou sobre a Lei Portuguesa, das alterações propostas pelo Parlamento que não foram aprovadas por maioria parlamentar, assim como da Lei vigente de alguns países da União Europeia.
Por sua vez, António Grade afirmou que, apesar de ser católico, só em certas circunstâncias, devido à sua experiência pessoal e profissional, a Eutanásia poderá ser aceitável.
De seguida, Walter Osswald defendeu que em circunstância alguma devemos aceitar a prática da Eutanásia, alegando várias situações, entre elas: existirem só 3 países do mundo que são defensores desta prática (Holanda, Bélgica e Luxemburgo); os países que aderirem poderão incorrer num processo de banalização da Eutanásia; muitos idosos holandeses têm procurado lares na Alemanha; em cada 4000 pessoas que pedem a Eutanásia, cerca de 1000 poderão ser homicídios.
Por fim, D. Ilídio Leandro, representante da Igreja Católica, informou qual a posição da Igreja perante a Eutanásia. Segundo o mesmo, deve imperar o bom senso, o humanismo, a fraternidade e como tal a Igreja defende a vida. Salientou, também, que o Estado, as Instituições e a Sociedade Civil deveriam apostar mais nos cuidados médicos e em casos terminais de doenças incuráveis, nos cuidados paliativos.
Depois das intervenções houve um período de debate, em que o público interagiu com os palestrantes, colocando algumas questões e fazendo alguns comentários.
Os oradores elogiaram a iniciativa e afirmaram que outros eventos como este deveriam ser realizados por todo o país, com o objetivo de elucidar a população para esta temática, pois todos defenderam que seria mais correto que a mesma fosse referendada e não decidida na Assembleia da República. Finalmente foi servido um porto de honra.
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