“AGRICULTURA SUSTENTÁVEL / ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL”

Grupo de Agricultores do Concelho de Vouzela participaram no Roteiro Temático

Objetivos

Este Roteiro, inserido numa linha de trabalho da RRN chamada “Roteiros Temáticos”, pretende dar a conhecer a um grupo de agricultores boas práticas e projetos inovadores na área da agricultura sustentável com destino a uma alimentação saudável.

 

Organização

DRAP Centro, DGADR/RRN, CM’s Fundão, Idanha-a-Nova e Vouzela

 

1º dia – 23/04/2019, Fundão

BIOECO – Associação de Agricultura Biológica e Agroecológica da Beira Interior

Foi feita uma apresentação da Associação pelo seu presidente e pelo responsável técnico, nas instalações da incubadora de negócios e empresas, localizada no “Espaço do Cidadão” da cidade do Fundão.

A BioEco (https://www.amurt.pt/bio-eco/) pretende ajudar a promover e dinamizar a Agricultura Biológica e Agrogeológica da Beira Interior. A Associação está sediada no Fundão e tem como principal objetivo aproximar produtores e consumidores, criando novos canais que facilitem a divulgação e promoção dos produtos biológicos locais.

 

Principais linhas de intervenção:

– criação de mercados de Agricultura em modos de produção sustentável, onde os consumidores poderão contactar diretamente os produtores;

– ações de sensibilização e formação teóricas e práticas ligadas à Agricultura Biológica, Ambiente e Saúde;

– apoio dos associados no que toca à comercialização dos produtos;

– prestação de assistência técnica aos produtores em modo de produção biológico e aos que pretendem iniciar essa atividade;

– incubação de negócios diretamente relacionados com o setor agrícola local;

– cozinha certificada em MPB para produção de produtos transformados alimentares, que pode ser utilizada pelos associados para a confeção desses produtos;

Todos os associados usufruem de descontos em atividades formativas, apoio técnico gratuito, nos custos do processo de certificação em MPB, acesso ao Mercado Eco (vendedores) e descontos em vários produtos presentes neste mercado.

O Mercado Eco surgiu da necessidade de sensibilizar o público para a importância dos produtos locais, produzidos segundo regras éticas que visam melhorar o meio ambiente e salvaguardar a saúde do consumidor. Pretende-se fornecer aos visitantes uma experiência genuína e multicultural de um mercado onde se cria uma relação de confiança entre produtores e consumidores.

 

Presentemente, o mercado Eco realiza-se duas vezes por mês:

– no 1º sábado de cada mês, no Mercado Municipal da Covilhã;

– no 2º domingo de cada mês, em Alpedrinha

 

A associação está organizada operacionalmente tem três equipas:

– Equipa de Eventos: organiza mercados orgânicos locais, conferências, eventos promocionais. O primeiro mercado orgânico ocorreu em Alpedrinha no passado dia 11 de Fevereiro, com o apoio da Junta de Freguesia, sendo que se vai tornar um evento regular na aldeia.

– Equipa comercial: Com responsabilidade de encontrar consumidores para os produtos produzidos.

– Equipa técnica: Responsável por providenciar apoio técnico aos agricultores e organizar cursos sobre diferentes tópicos.

 

Escola Básica EB23 de Silvares – Almoço na Cantina Pública

Acolhimento pela Diretora do Agrupamento de Escolas “Gardunha e Xisto” (http://www.aesg.edu.pt/portal/) que conta com 22 escolas, entre as quais esta em Silvares. Tem sido desenvolvido com os alunos e em parceria estreita com a CM do Fundão, um trabalho específico, focado na alimentação saudável e na luta contra o desperdício alimentar, no âmbito do projeto AgriUrban (https://urbact.eu/agri-urban).

Os alunos do 7º ano fizeram a apresentação do projeto “Desperdício Zero”, que foi iniciado há cerca de um ano. De então para cá o desperdício alimentar na cantina desceu para aproximadamente metade, através de pequenas modificações, como por exemplo, não encher tanto os pratos.

Existe uma horta junto ao refeitório há cerca de um mês, o que faz evitar as perdas inerentes ao transporte e armazenamento dos alimentos.

Foi criada igualmente uma aplicação para telemóvel, que foi candidatada à Fundação Emídio Pinho. A aplicação encontra-se em teste e serve para calcular receitas saudáveis, inclusivamente através dos desperdícios alimentares e as quantidades de alimento por pessoa. Também são ministrados aos alunos conhecimentos relativos ao acondicionamento dos alimentos no frigorífico.

Seguiu-se o almoço na cantina da escola, que permitiu verificar, não só a qualidade da comida, como os procedimentos inerentes à higiene da cozinha e à luta contra a separação do desperdício alimentar.

 

Vale de Alcongosta – Visita a pomares de cerejeiras e ao Turismo de Natureza “Natura Glamping”

Esta visita foi acompanhada por um produtor e associado da Cerfundão, Engº Filipe Costa. A área de pomares de cerejeira e pessegueiro tem vindo a aumentar. Neste momento temos cerca de 300 ha de cerejeiras. A Cerfundão trabalha anualmente 1000 ton. de cereja e 1500 ton. de pêssego.

A zona de excelência da produção de cereja é a encosta norte da serra da Gardunha, virada para a serra da Estrela. Embora haja enrelvamento semeado de consociação com ervilhaca, faz-se sobretudo enrelvamento natural. Pode dizer-se que a cereja e o pêssego têm um papel muito importante na economia da região.

O grupo dirigiu-se ao cimo do vale para fazer uma breve visita ao empreendimento de turismo de natureza chamado  “Natura Glamping”. Este modelo de alojamento congrega o conforto e a inovação do design das instalações com a vivência direta da natureza.

O empreendimento encontra-se a 925 m de altitude, numa localização privilegiada da Serra da Gardunha, virado a norte, com uma vista esplendorosa sobre a Cova da Beira e a Serra da Estrela, devidamente integrado no meio envolvente e vocacionado para um Turismo de Natureza de elevada qualidade!

 

Workshop “Políticas municipais de sustentabilidade”

Oradores: Adozinda Henriques (DRAPC); Rui Ladeira (Presidente da CM de Vouzela); Paulo Águas (Vereador da CM do Fundão)

DRAPC – temas abordados: novas formas de organização dos pequenos agricultores; pequena agricultura familiar; certificação participada dos produtos locais e sazonais, menos formal, num cenário de alterações climáticas.

CM´s do Fundão e Vouzela – Conceito de agricultura em Modo de Produção Biológico; os municípios estão a suprir a falta da extensão rural, ajudando os agricultores em termos técnicos e de procedimentos administrativos.

 

 

2º dia – 24/04/2019, Idanha-a-Nova

Centro Cultural Raiano

Após a receção de boas vindas pelo Vereador da CM de Idanha-a-Nova, realizou-se uma visita à exposição sobre alfaias e outros utensílios usados na agricultura no século passado.

 

Centro Documental Raiano

Seguidamente, procedeu-se à visita ao Centro Documental Raiano, cujo acervo foi doado ao município por um agrónomo e investigador francês (Jean Claude) residente há longa data no concelho. Houve ainda a possibilidade de ser realizado um pequeno colóquio nas instalações do Centro Documental, onde foi debatida a importância da criação de húmus no solo e a prática de uma agricultura eco eficiente e de caráter biológico.

 

Herdade do Couto da Várzea

Após o almoço realizou-se a visita à Herdade do Couto da Várzea, em tempos gerida pela Direção Regional de Agricultura, tendo a comitiva sido recebida pelo responsável, Manuel Monteiro, que fez uma apresentação geral da Herdade, atualmente a funcionar como Incubadora de base rural, mediante um contrato assinado em 2011 entre a DRAPC, a Escola Superior Agrária de Castelo Branco e a CM de Idanha-a-Nova.

Isto implica que se encontram aqui algumas empresas que nasceram da incubadora, entre as quais a que se visita hoje e que tem a ver com o Projeto “Sementes Vivas”.

A empresa Living Seeds – Sementes Vivas, SA, está a desenvolver a partir de Idanha-a-Nova um projeto que inclui produção, investigação e multiplicação de sementes, em modo biológico e biodinâmico, a partir de variedades tradicionais portuguesas.

O projeto perspetiva um investimento muito significativo ao longo dos próximos 15 anos, e estima para o mesmo prazo a criação de cerca de 30 empregos qualificados diretos em Idanha-a-Nova, vários postos de trabalho indiretos e o estabelecimento de uma rede de parcerias com múltiplos produtores.

A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, através da Incubadora de Base Rural, contratualizou com a empresa 25 hectares de terra produtiva na Herdade do Couto da Várzea.

Legumes e hortícolas, ervas aromáticas e medicinais, pseudocereais (como o amaranto, trigo-sarraceno e a quinoa) são algumas das produções em fresco e de semente, com vista aos mercados de Portugal, Espanha e outros países do sul da Europa.

A partir do trabalho realizado em Idanha-a-Nova, a Living Seeds pretende agregar vários produtores de todo o país em torno da produção de sementes.

A empresa é membro da Associação Biodinâmica de Portugal, membro da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica e tem o apoio do INIAV, colaborando ainda com as escolas superiores agrárias de Coimbra, Ponte de Lima e Castelo Branco.

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