Mais de duzentas pessoas assistiram à estreia de “O Fim procura-se”

Jovouga quer entrar no circuito de teatro amador

Ed657_IMG_0678“O Fim procura-se” estreou no passado dia 31 de maio, no CAESV. Ao espetáculo que durou mais de uma hora assistiram mais de 200 pessoas. Da iniciativa a Associação faz um balanço muito positivo. Como garante Paulo Cruz, “este foi mais um marco para a cultura severense. A Jovouga continua de Parabéns neste seu 25º ano de existência. O legado que este grupo continua a deixar torna o nosso concelho mais rico. Apesar do amadorismo, tenho dúvida, que se encontre nos próximos anos um grupo desta qualidade por terras de Sever”.

 

 

Um escritor sem inspiração, um ator a tentar reafirmar-se, uma miúda que sempre quis ser atriz, um inventor charlatão e o seu colaborador e uma personagem fugida de outros palcos juntam-se para criar uma peça sem fim, mas nem tudo corre bem… Recuam até à Grécia Antiga, e transformam-se em personagens fictícias. Ora seguem o guião, ora improvisam… Numa hilariante aventura “do teatro dentro do próprio teatro”, em que realidade e ficção se cruzam com mestria. Uma peça ousada que conquistou a plateia. “Desde o início que tínhamos algum receio da forma como o público iria lidar com este arrojada forma de fazer teatro, no entanto, o público portou-se de forma exemplar e contribuiu para abrilhantar a peça”. Reconhece o Presidente da Direção que acrescenta: “Logo após o espetáculo recebemos várias mensagens de carinho e agrado por parte de várias pessoas que assistiram à peça. Acredito que foi algo inesperado para o público, diferente de tudo o que já havíamos feito. No entanto, o caminho era este, a evolução teria que ser esta e penso que de uma forma geral todos saíram satisfeitos.”

A parede virtual que separa o palco do público, a chamada quarta parede, foi rompida com frequência, alguns atores interagiram diretamente com um público. Um desafio difícil que os atores, segundo Joana Figueira, passaram com nota positiva. Para a encenadora os 10 atores, oito dos quais no projeto desde o início, fizeram uma grande evolução e provaram em palco o que aprenderam nas muitas horas dedicadas ao projeto. Como defende, “Enquanto encenadora, sinto-me muito satisfeita com o resultado final deste trabalho. Os atores estiveram no seu melhor, estavam muito nervosos no início, como qualquer bom ator quando compreende a responsabilidade de fazer um bom espetáculo para um público que deseja conquistar, mas à medida que o espetáculo foi decorrendo, agarraram-se cada vez mais às suas personagens e isso, consequentemente, deu-lhes mais força e confiança. Foram fantásticos!”.

Projeto “com pernas para andar”

Ed657_IMG_0697A Jovouga quer fazer este projeto crescer. Como revelou o Presidente da Direção à Gazeta da Beira, “A continuidade está dependente somente da vontade do grupo. Da parte da Jovouga estão asseguradas as condições que vêm sendo dadas para o apoio deste grupo”. Depois da estreia, o Grupo gostava de poder apresentar o espetáculo noutras paragens. “Este espetáculo deveria “rodar”. Acaba por ser frustrante dedicarmo-nos tanto a um trabalho para uma só apresentação – “sabe a pouco”, como se diz na gíria… É muita dedicação e muitas horas de trabalho que se esvaem numa só hora, numa só vez…”, defende Joana Figueira. A Jovouga mostra-se disponível a novas atuações e há já proposta em cima da mesa, como garante Paulo Cruz, “Temos algumas possibilidades em aberto, temos abertura para convites, no entanto, dado o caráter amador do grupo temos que estar sujeitos às restrições de tempo e meios.”

O Grupo de Teatro promete continuar para um maior reconhecimento no concelho. Mais apoios seriam necessários para o projeto se poder expandir. ”Seria muito bom se o projeto fosse reconhecido e, com isso, conseguisse entrar no circuito do teatro amador. Talvez faltem alguns meios, mas com algum apoio, conseguir-se-ia levar o projeto ainda a melhor porto”, explica a Joana Figueira. Da direção da Jovouga a mesma resposta: “Acho que o apoio que nos falta não é tanto de caráter financeiro, embora também o seja. Necessitávamos de alguém que fizesse a prospeção da peça, alguém dentro do meio, que nos fizesse rodar a peça em vários locais para que pudéssemos ter um maior proveito do trabalho de vários meses”, conclui Paulo Cruz.Redação Gazeta da Beira

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