Serranita de Manhouce III
Alunos da EB1 de Manhouce

Passada meia hora, chegaram ao cimo do monte e sentaram-se junto ao cruzeiro de granito.
– Uau! Que paisagem mais bonitona!
– Pois é, aos nossos pés temos a belíssima aldeia de Manhouce.
– Nossa, não parecia tão grande assim!
– Consta-se que foi mandado construir entre 1939 e 1940 por ordem de Salazar.
– Quem é esse cara?
– Foi o ditador do Estado Novo, tal e qual o vosso Getúlio Vargas.
– Estou vendo!
– Há um cruzeiro destes em todas as freguesias portuguesas, simbolizam a Independência do reino de Portugal em 1143 e a sua Restauração em 1640.
– Puxá vida, estou aprendendo tanta coisa legal com você!
Deslumbrados com aquele cenário idílico, decidiram ficar para tirar fotos ao Pôr do Sol. Despediram-se com um abraço fraterno e combinaram encontro no dia seguinte, às 10 horas, na Igreja Matriz.
Depois da missa, ficaram sentados a conversar nas escadas do adro da igreja.

– Nossa, que igreja mais bonita com todos aqueles altares dourados!
– Em Portugal chama-se “talha dourada”, é muito característica nas igrejas antigas. Esta foi construída nos meados do século XVII e, reza a história que serviu de hospital durante as Invasões Francesas.
Mais tarde, entre 1918 e 1920, serviu de cemitério para as vítimas da Febre Tifóide.
– Quanta História você sabe, Serranita! Essa igreja aí tem mais de 300 anos. Muito legal!
Antes do almoço, ainda tiveram tempo para subir ao miradouro da Capela do Senhor dos Enfermos.
– Vais gostar de saber a origem desta capela. Foi mandada construir em 1892 pelos emigrantes que partiram para o Brasil. Quem sabe se o teu avô Bernardino também contribuiu com algum dinheiro!

– Vou perguntar esse negócio p’ra meu papai! E essas três cruzes daí?
– Estas cruzes já são do século XXI e simbolizam o Monte Calvário, que foi o lugar onde Jesus Cristo e dois ladrões foram crucificados pelos Romanos. Há mais de 100 anos que o povo Manhoucense lhe presta homenagem numa festa realizada no último domingo de julho.
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