Prémio Vida Literária para Maria Velho da Costa

António Alexandrino

Ed644_mariaCom o ano civil a caminhar para o fim, sucedem-se as ‘arrumações’ de contas, também com a entrega de prémios diversos (de carácter social, cultural, desportivo…)

Maria de Fátima Bivar Velho da Costa, de 75 anos, é a 12ª autora a receber o Prémio Vida Literária, atribuído pela APE (Associação Portuguesa de Escritores), no valor de 25 mil euros.

É a única mulher que, até hoje, liderou a direcção da APE, tendo sucedido no cargo ao poeta José Gomes Ferreira (já falecido).

Com mais de duas dezenas de títulos publicados, Maria Velho da Costa é um nome prestigiado no panorama literário da língua portuguesa. Pelo “poder de criatividade e inovação porventura incomparáveis”, entendeu o júri, por unanimidade, distinguir a autora de obras de ficção como “O lugar comum” (1966), “Maina Mendes” (1969), “Casas pardas” (1977), “Missa in Albis” (1988), e/ou de ensaios de reflexão sociológica como “Ensino Primário e Ideologia (1972), “Português, Trabalhador, Doente Mental” (1977). Tal distinção permite-lhe juntar-se a um restrito grupo de premiados: Miguel Torga, Eugénio de Andrade, Urbano Tavares Rodrigues, Óscar Lopes e Sophia de Mello Breyner Andresen.

“Personalidade maior da vida literária do país, Maria Velho da Costa tem um percurso literário e pessoal de invulgar dimensão”, segundo as palavras do presidente da APE, José Manuel Mendes, para quem “os seus livros, em toda a sua diversidade, nos dão conta de uma relação muito peculiar com o trabalho da língua, a oficina e a construção no que é particularmente inconfundível na Língua Portuguesa”.

A sua obra proporcionou-lhe já alguns dos mais significativos galardões literários nacionais: o Prémio Camões, o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco, o Prémio Vergílio Ferreira e o Prémio Correntes D’Escritas. Foi também galardoada com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (em 2003) e com o de  Grande-Oficial da Ordem da Liberdade, oito anos depois.

Ed644_3mariasPublicou, em 1972, juntamente com Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno (as ‘Três Marias’), “As novas cartas portuguesas”, fonte de acesa polémica suscitada pelas reivindicações feministas aí congeminadas. Seria ‘atrevimento’ por de mais para a intolerância do “Estado Novo”. Valeu-lhes a instauração de um processo que só terminou em absolvição, já depois do 25 de Abril de 1974.

Refira-se, ainda, algo da sua faceta para além da vida literária: foi adjunta do Secretário de Estado da Cultura (em 1979) e adida cultural em Cabo Verde, de 1988 a 1991.

 

 

• António Alexandrino

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 Ciclo de Conferência consegue cativar lafonenses

Casa cheia na terceira conferência

• Patrícia Fernandes

Ed644_PalavraresA terceira conferência do “Palavrares”, à semelhança das anteriores, teve casa cheia. A iniciativa decorreu no passado dia 5 de Dezembro, na Escola Secundária de São Pedro Sul e contou com a participação do Ex-líder da CGTP, Carvalho da Silva, que procurou resposta para o futuro do Trabalho e Desenvolvimento.

A próxima conferência também já está ultimada,  vai ser no próximo dia 9 de Janeiro, no Espaço Grémio, sendo que, o orador convidado, e já confirmado, é Avelãs Nunes, professor catedrático da Universidade de Coimbra. Desta vez, a pergunta lançada é: Economia e Desenvolvimentos, que futuros?