O referido prémio reveste uma atribuição colectiva: ao belga François Englert e ao inglês Peter Higgs
Neste entrementes, passou o Dia Mundial da Ciência (24 de Novembro). Parece-nos ainda oportuno fazer-se uma referência ao Nobel da Física 2013.
Com efeito, o motivo que conduziu à sua atribuição, no passado dia 12 de Outubro, tem a ver com o bosão de Higgs. O referido prémio reveste uma atribuição colectiva: ao belga François Englert e ao inglês Peter Higgs, 50 anos após terem teorizado a existência do “bosão de Higgs”, descoberto no ano passado.
O trabalho destes dois cientistas (e também de Robert Brout, já falecido) consistiu na defesa da “existência de um campo de força de uma partícula responsável pela massa das partículas fundamentais”, teoria que foi confirmada em 2012, através da máquina Grande Colisor de Hádrons (LHC) do Centro Europeu de Investigação Nuclear (CERN).

Antecedido pelo ‘Prémio Príncipe das Astúrias de Investigação’, o galardão era esperado e é uma lição para a comunidade científica. “Percebemos que pode existir uma grande distância entre a ciência teórica e a ciência experimental. Foram precisos 50 anos para que tivéssemos a tecnologia necessária para construir uma máquina com a energia suficiente para verificarmos a existência desta partícula. A partir desta verificação, este prémio era um prémio anunciado”, afirma Gaspar Barreira, cientista do CERN e, desde o início, presença efectiva na construção da máquina HLC, o acelerador desta partícula.
Em documento divulgado pela Universidade de Edimburgo, Peter Higgs de 84 anos, disse estar “deslumbrado com o prémio”, tendo-o agradecido, inclusivamente, à sua família, aos amigos e a todos quantos, durante anos, desenvolveram esta investigação; disse, ainda, esperar que “este reconhecimento da ciência fundamental ajude a sensibilizar para o valor desta investigação”. Por seu lado François Englert disse que se sente “muito honrado”, mas lamenta que Robert Brout [já falecido] não possa receber o prémio.
“Com a descoberta da partícula Higgs, encerra-se o Modelo Padrão, mas há interrogações no ar: esta partícula é única ou existem mais partículas do mesmo tipo? E esta é exactamente aquela que tinham previsto Brout, Englert e Higgs? – interroga-se Gaspar Barreira.
• António Alexandrino
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