Graça Barona
Manuel António Pina - Todas as palavras – poesia reunida
Manuel António Pina era natural da Beira Alta (Sabugal). Iniciou a sua atividade profissional na advocacia, mas foi enquanto jornalista, escritor e poeta que deixou a sua marca indelével entre nós. Foi editor e chefe de redação no Jornal de Notícias (Porto); colaborou com outros jornais e revistas; escreveu guiões para algumas séries televisivas; participou na rádio. Vários dos seus textos poéticos foram musicados e editados em disco; outros foram adaptados ao cinema. Foi poeta residente a convite da cidade de Villeneuve-sur-Lot (França). Foi distinguido com inúmeros prémios, entre os quais: Prémio Camões, Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens, Grande Prémio de Poesia da APE, Prémio de Poesia Luís Miguel Nava e o Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes. Deixou-nos em 2012, não sem antes presentear este mundo com a sua poesia, a sua escrita e o seu génio.
Dizem os intelectuais e entendidos que a poesia é a essência da vida, que é capaz de alimentar a mente e a alma. Na poesia vemos a vida que fomos, a vida que acompanhamos e sobretudo aquela que conseguimos, ou temos a ousadia de idealizar. No exercício de liberdade que nos assiste, enquanto seres humanos com vontade própria, podemos gostar de poesia, tal como podemos não gostar. Porém devemos a nós próprios a oportunidade de fazer essa descoberta e perceber que o nosso mundo se transforma, de forma irreversível, se caminharmos esse trilho. Em “Todas as palavras – poesia reunida” essa oportunidade é-nos oferecida de bandeja. (525) “A poesia – um ato de amor”1 dirá no documentário “Manuel António Pina – Um Sítio Onde Pousar a Cabeça”. E é a verdade. Princípio e fim – “Acordo, morto e só, no quarto/ e faz frio como num parto.” (3.3-4)
(1) de Ricardo Espírito Santo, 2011 (disponível em https://rb.gy/3psdv )
12/10/2023
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